quarta-feira

Sobre Debates


Os debates em televisão e rádio com os candidatos ao governo do Estado de São Paulo e à presidência da República, segundo consta na mídia, já estão marcados. Tenho lido lá e acolá que aqueles que não comparecerem são covardes, medrosos e até antidemocráticos. Confesso que não consigo ver onde está a atitude antidemocrática. Ora, antidemocrático seria impedir, sem justificativas plausíveis, um candidato de participar, mas nunca a escolha livre de um deles de não comparecer. Ademais, esses debates são muito pouco úteis para avaliar um candidato. Geralmente, a mídia proclama um vencedor. O critério não é o programático, como sabemos. Vence o candidato com melhor gogó, com mais habilidade com as câmeras ou com os microfones, enfim, o candidato com mais “presença”. A estratégias são velhas conhecidas. Os candidatos que estão atrás do primeiro colocado nas pesquisas se unem para atacá-lo e aí fica aquele jogo de perguntas indiretas para atacar o suposto favorito. Pura teatralidade. Não há dialética, pelo menos não aquela dialética aristotélica, honesta e cujo objetivo é buscar a verdade, mas apenas um jogo retórico, com ampla manipulação de números. Vence o candidato mais “ligado” nos estratagemas erísticos. Se eu fosse Lula ou Serra não participaria dos debates. Eles não acrescentam em nada no que diz respeito à informação e só servem para transformar os favoritos em alvos de manipulações e distorções. Que se faça a tal “desconstrução” da imagem dos candidatos no horário eleitoral. Não servir como instrumento para ser atacado pelos adversários não é prova de covardia, mas de inteligência.

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