quarta-feira

PCC, PT, escolhas ... até quando os tucanos vão ficar calados?

"Polícia de São Paulo abre inquérito para investigar se há relação entre militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e os integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital(PCC). "De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal Folha de S. Paulo, o inquérito foi motivado por escutas telefônicas realizadas com autorização da justiça no dia 12 de maio deste ano, nas quais os presidiários ordenaram os ataques que foram deflagrados no mesmo dia. As gravações, que foram obtidas pelo jornal, revelam que a prioridade dos criminosos era executar agentes penitenciários e políticos. “Políticos, qualquer um, menos do PT”, exige um dos líderes da facção na gravação. Em outro trecho, a ordem revela os alvos preferenciais da onda de ataques, “Civil, funcionário e diretores do partido PSDB”. E agora González? Vai entrar na campanha ou não? E agora Alckmin? Não é obrigação da oposição levar essa informação aos eleitores?

domingo














“Liberdade não apenas significa que o indivíduo tem a oportunidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de escolher. Também significa que deve arcar com as conseqüências de suas ações, pelas quais será louvado ou criticado”.( Friedrich Hayek )

A imagem da semana


"Paraíso e Inferno", de Hieronymus Bosch


À esquerda, vemos o demônio invadir o mundo. A criação de Eva é seguida pelo tentação de Adão e ambos estão sendo expulsos do Paraíso, enquanto dos céus observa-se a queda dos anjos rebeldes, que chegam como um enxame de insetos. A analalogia fica por conta do leitor. À direita, uma visão do inferno. Lá, horror sobre horror. Fogo, tormenta e todo o tipo de demônios temíveis, meio animal, meio humano ou meio máquina, que flagelam e punem as pobres almas pecadoras por toda a eternidade. O início que se relaciona diretamente com o fim. Mais uma vez, a correlação fica por conta do leitor. É a imagem da semana.

Alô Gonzáles: na política, “fair play” é cartão vermelho.



O estilo cordato de Geraldo Alckmin (foto à direita) tem sido criticado por aliados. As críticas em si não são problema. Poderia ser apenas entusiasmo demais, precipitação. Ocorre que a campanha televisiva tem sido elogiada pelos opositores. Nesse caso, é bom tomar cuidado. As chances de se estar fazendo o jogo do adversário são muito grandes. O candidato tucano, conhecido pelo apelido de “picolé de chuchu”, tem mais que evitado “atacar” o adversário petista, tem feito do estilo propositivo uma obsessão, um imperativo categórico. Ok, ok, não queremos que Alckmin adote o estilo Mercadante de fazer campanha, ampliando discursos, distorcendo palavras, jogando baixo através de mentiras e ilações forçadas. Na política, contudo, o absoluto jogo limpo, tomado como um imperativo categórico, acaba sempre mal nas urnas. Ademais, lembrar os brasileiros dos escândalos de corrupção do governo petista, do esquema do mensalão, do projeto de poder, do viés autoritário, dos incontáveis ministros envolvidos em irregularidades não é propriamente jogo sujo, mas uma obrigação moral. Ser o anti-Lula, hoje, implica mais do que apresentar propostas, mas encampar o candidato da ética. Não se faz isso sem apontar os desvios morais do PT e de Lula. Creio até que não levar os escândalos de corrupção petista para a campanha é que se revela “jogo sujo”. Deixo essa demonstração para outro momento. O brasileiro quer propostas? Sim. Se não há um projeto para o país, qual a razão de ser candidato? Ora, é claro que o PSDB de Alckmin possui propostas para o país e deve apresentá-las. É claro que o Geraldo Alckmin deve se apresentar ao eleitorado. O tom da campanha, contudo, deve ser no maior contraponto que os tucanos devem ser em relação ao PT de Lula. Alguém dúvida qual é? O ressabiado deve sair já. Ser o candidato da bolsa-família com mais competência não é suficiente para ganhar as eleições. Ser o candidato da redução do imposto do pão não é suficiente para ganhar a eleição. Não é suficiente ser o candidato do pobrismo com mais gerência e menos desperdício. O povo, aquele com o qual Lula tem grande entrosamento, pouco liga para isso. Alckmin caiu e não cresce nas pesquisas porque o eleitorado ainda não enxerga onde está a diferença entre ter Lula ou Alckmin no poder. Boa parte da culpa por isso é da oposição, que durante três anos não blindou Lula. Que história era aquela de oposição responsável? A diferença foi posta pela campanha de Alckmin, mas não é essa que interessa ao eleitorado. Os eleitores preferem um senador basbaque e inútil, mas com fama de honesto, como Suplicy, a um senador que “brigue” por São Paulo e tenha até uma plataforma de campanha. No Brasil, por incrível que pareça, a questão moral pega. Ela sempre foi o trunfo do PT, e ainda é o trunfo de Lula. O não sei de nada ainda o reelege. Alckmin pode colocar de forma clara para o grande eleitorado por que é candidato, fazendo o devido contraponto a Lula no campo ético e moral, fazendo, na sua concepção pequena, a tal guerra suja ou manter o estranho “fair play”, continuar sua campanha propositiva. Pode vencer Lula e o PT, de um lado, livrando o país de mais 4 anos de atraso, ou perder com ternura, de outro, permitindo o triunfo da imoralidade, do crime e mesmo da incompetência, aquela que pretende acabar. A escolha é dele, mas fica aqui o recado: o conceito de “fair play” com o qual constrói a campanha é cartão vermelho na certa.

quarta-feira

Arthur Schopenhauer desvenda Mercadante. O candidato petista lança mão de estratagemas erísticos para desqualificar o adversário.










Arthur Schopenhauer

Dentre os estratagemas dialéticos utilizados por aqueles que desejam vencer um debate sem precisar ter razão, Arthur Schopenhauer aponta a “ampliação indevida”, para comprar o livro, clique aqui. O estratagema consiste em “levar a afirmação para além de seus limites naturais”. Serra afirmou hoje, em entrevista ao "SP TV", da Globo, que os maus resultados da educação no Estado deve-se, entre outros fatores, aos "migrantes". Afirmou que o forte movimento migratório que continua a existir rumo a São Paulo cria dificuldades adicionais para a educação. Nada mais. Ora, alguém duvida da verdade desta afirmação? Quando a população de um determinado local cresce mais do que a expansão da economia é capaz de absorver, estamos diante de graves problemas, qualquer que seja a área. Alguém discorda? Quanto mais pessoas pobres [e no que consiste, enfim, a migração de nordestinos para o Estado?, ricos é que não desembarcam aos montes por aqui] entram no sistema de ensino, maiores são os desafios, os problemas para as escolas, piores os resultados. Alguém discorda? Pode até discordar, Mercadante, porém, foi além. Afirmou que as declarações de Serra sobre migração no Estado mostram um "posicionamento conservador e odioso". Para ver, clique aqui. Vejam que o candidato do PT não só levou a afirmação do candidato tucano para além de seus limites como tenta reduzi-la a uma categoria detestada [do preconceito em relação aos nordestinos], vinculando Serra a rótulos odiosos. Trata-se de outra conhecida técnica retórica e erística apontada por Schopenhauer. Lembram-se da tela " Sermão e ações do anticristo " de Luca Signorelli? Para ver, clique aqui. O falso profeta é mostrado disseminando as suas mentiras, espalhando sua mensagem de destruição. Ele tem as características de Cristo, mas é o demônio (atrás dele) que lhe diz o que pronunciar.

A greve dos metroviários: "tá dominado, está tudo dominado”.













O italiano Antonio Gramsci, teórico da tomada do poder.


“Tá dominado, está tudo dominado”. É a conclusão a que se chega sobre a greve dos metroviários, ocorrida nesta terça-feira, 15 de agosto. Não; os grevistas não reivindicavam salários, não reivindicavam vantagens, não reivindicavam melhores condições de trabalho. O motivo alegado pelos grevistas foi uma suposta pretensão do governo do Estado de São Paulo de privatizar o sistema metroviário. Os fatos, claro, desmontam a tese. A PPP do metrô paulista, que estabelece uma concessão pública, foi a primeira a sair do papel no Brasil. Ela significará uma injeção do setor privado de mais de R$ 500 milhões de reais em investimentos. O montante é 50 vezes o que foi investido pelo governo federal em segurança pública até meados deste mês. Os candidatos ao governo do Estado de São Paulo foram questionados sobre a paralisação que prejudicou mais de 2 milhões de usuários do sistema, além, é claro, dos paulistanos que tiveram que enfrentar engarrafamentos gigantescos e superlotação em ônibus e afins. Serra foi preciso: “uma greve de natureza política”. É. Ou então por que estariam deputados do PT e do PC do B na assembléia que votou pela paralisação? Nádia Campeão (PC do B), vice de Mercadante, candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, não só participou da assembléia como da ação que tentou barrar, na Justiça, a licitação da linha 4 do metrô. A greve foi considerada ilegal, é claro. Assim mesmo, ocorreu e recebeu o apoio dos deputados e políticos citados. Perguntado sobre a participação de sua vice e dos deputados petistas na greve, Mercadante tergiversou. Pretensos sindicatos, supostos movimentos sociais e até o crime organizado parecem estar unidos na fabricação de fatos eleitorais. A tentativa é interferir nas eleições. O grau de ocupação do pensamento, que a pretexto de proteger "o povo", faz dele mero instrumento, peças manipuláveis, de projetos de poder. “Tá dominado, está tudo dominado”. Para ver mais sobre o assunto, clique aqui

sábado

A guinada para o autoritarismo populista. Lula, agora, fala abertamente em se livrar do Legislativo


Escrevi, dias atrás, que Lula e o PT preparam o “terreno” para um golpe. Vejam o que foi escrito: "o PT jogará no colo do poder legislativo toda a corrupção passada e futura. O discurso moralizador voltará triunfante. O golpe final no poder legislativo". Pois é, hoje, em visita à Bahia, Lula acusou os parlamentares de se aproveitarem do benefício da imunidade para achincalhá-lo.” Para ver, clique aqui. Segundo o seu entendimento torto, safadeza é proferir qualquer palavra crítica contra ele. Quem não se lembra do nobre petista dizer que Collor devia ter problemas mentais porque corrupto? Quantas vezes Lula achincalhou seus adversários? Não se beneficiou da imunidade parlamentar, é verdade. Para isso seria preciso ter um mandato e Lula sempre foi avesso ao Congresso Nacional. Segundo ele, uma casa composta só de picaretas. Quer, segundo consta na reportagem, acabar com a imunidade porque, ora vejam, "falam mal dele". Desafia a oposição a tirar dele algo que entende ser seu: a presidência, o poder. Lula e o PT parecem ter traçado uma estratégia. Se me fosse dado o direito de fazer suposições, diria que ela foi pensada pelo advogado criminalista Marcio T. Bastos lá pelo final de 2005. Desde então, o planalto tem investido contra o Congresso Nacional. A tentativa é desqualificá-lo ao máximo perante a opinião pública. Esmorecer o Congresso Nacional é o primeiro passo para a implementação de um governo autoritário. Populista, Lula já é. Subtrair a imunidade parlamentar significa submeter o Legislativo. Lula faz uso desse discurso justamente no momento em que o Congresso Nacional está com sua imagem arranhada. A sucessão dos fatos relacionados com a postura do presidente, do PT e até dos órgãos federais, como a polícia federal, demonstra, cabal e insofismavelmente, qual o objetivo da corja “esquerdopata”: governar com o povo. Trata-se de atropelar a República, as instituições democráticas. O mesmo fim foi tentado com o mensalão. Antes, pretendia-se comprar o Congresso Nacional, agora, livrar-se dele. É o golpe, é o golpe.

Governo Federal investe apenas 10 milhões em segurança pública



Não é uma novidade, mas nem por isso deixa de ser uma vergonha. Apesar das ondas de violência que abalam o país constantemente, a execução do orçamento destinado a investimentos (qualquer ação que agrega valor ao patrimônio da União) em segurança pública é medíocre, ou, por que não?, criminosa. Até 7 de agosto deste ano, o governo federal investiu apenas R$ 10 milhões na área, desconsiderando restos a pagar de exercícios anteriores. O valor corresponde a 1% da dotação autorizada destinada a investimentos em segurança pública para 2006 (R$ 930,2 milhões). Enquanto o crime organizado patrocina e promove o terror, numa clara demonstração de força, o governo federal faz o seu proselitismo vagabundo. Márcio T. Bastos, o advogado criminalista do PT que por acaso é ministro da Justiça, acusa o governo do Estado de São Paulo de fracassar no combate ao crime (o que não é verdade) ao mesmo tempo em que os dados do Siaf revelam que sua pasta investiu este ano menos de 1/10 do que custou para os cofres públicos o avião luxuoso com o qual Lula passeia por aí, sempre acompanha de sua comitiva eleitoral. No que diz respeito aos ataques terroristas promovidos pelo crime organizado em São Paulo, o criminalista insistiu na oferta de uma Força Nacional inexistente até que o próprio ministério, por meio de profissionais da pasta, revelasse que a tal "ajuda" seria absolutamente ineficaz, diante do método terrorista adotado pelo crime organizado: ataques covardes, sem alvos específicos, esporádicos e dispersos por todo território. A falta de vergonha não para por aí. Apesar de possuir quase R$ 500 milhões em caixa, o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) pretende investir este ano apenas R$ 323,2 milhões. Desse total, até agora, somente R$ 27,8 milhões foram pagos, o que corresponde a uma execução de 0,65%. No entanto, embora a execução não chegue a 1%, o Funpen está na terceira colocação na lista das unidades orçamentárias ligadas a segurança pública que mais usaram as verbas previstas em orçamento. Vergonha. Vergonha. Para ver mais sobre a execução do orçamento em segurança pública, clique aqui

O que é bom para o PCC é ruim para a sociedade. O crime fez uma escolha e ela deve orientar a nossa: devemos escolher justamente o contrário.


Consta que o PT está processando tudo que é gente que faça qualquer ilação entre o PT e o PCC. Esquecem de Jilmar Tatto, secretário de transportes de São Paulo durante a gestão petista que é investigado por fazer infiltrar nas lotações paulistas o crime organizado. Não é esse o ponto, porém. Não creio que o PCC, ou crime organizado, como prefiro chamar a quadrilha que promove ataques terroristas por todo Estado de São Paulo, atue a mando do PT. Não creio que essa quadrilha esteja ligada diretamente ao partido de Lula. Não descarto a possibilidade, é claro, mas não acredito. A ligação do crime organizado com o PT é de natureza ideológica. Tome-se o discurso de Marcola. Há diferença entre suas palavras e as proferidas pelos petistas? Há diferença entre as bandeiras defendidas por Marcola e as defendidas por Mercadante, por exemplo? Não, não há. Lamentavelmente, o discurso é o mesmo. Por quê? Porque a ordem não interessa ao crime organizado tanto quanto não interessa ao PT. Marcola desqualifica o Estado. Lula, as instituições democráticas. Marcola desafia o poder constituído. Lula, o congresso nacional. Se a ligação direta entre PCC e PT não é uma realidade plenamente conhecida, como o é a ligação entre este e as Farc, o MAS, o MST e diversos movimentos de guerrilha, todos com assento no Foro de São Paulo, criado pelo PT de Lula, a aproximação no campo das idéias é inquestionável. O PT ataca a política de segurança pública do Estado nos mesmos termos que o faz o tal PCC. O ódio que os criminosos nutrem pelo PSDB, de certa maneira, se confunde com o discurso dos petistas. Também está nítida a opção feita pelo crime organizado. Gravações revelam que o PT é o preferido do PCC e que o partido do crime quer a morte de políticos tucanos. Vejam a transcrição de uma conversa gravada pela polícia:


Maria de Carvalho Felício (mulher de José Márcio Felício, ex-líder do PCC): “Ele mandou uma missão pro Zildo[piloto-geral de Ribeirão Preto]. Vamos ver se o Zildo é capaz de cumprir”.
José Sérgio dos Santos (preso): “Tá bom. Você quer passar pra mim ou dou particularmente pra ele?”
Maria: “Não, não. Ele quer festa [ataques] até a eleição. E é pra eleger o Genoíno [então candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo]. E, ser for o caso, ele vai pedir pro pessoal mandar as famílias não irem nas visitas pra votar, entendeu? Ele falou que um dia sem visita não mata ninguém. Ele falou: Fica todo mundo sem visita no dia da eleição pra todo mundo votar pro Genoíno”.


Trata-se de uma orientação repassada por um líder da organização sobre as eleições de 2002. Abaixo, conversa entre dois integrantes não identificados do PCC interceptada às vésperas de um dos ataques em São Paulo:

A: “A chapa esquentou pra nóis, hein, irmão”.
B: “Por quê?”
A: “Olha o salve do dia aqui. Geral aqui, que eu acabei de pegar com o Cara Branca: ‘Todos aqueles que são civil, funcionário e diretores e do partido PSDB: xeque-mate, sem massagem. E todos os irmãos que se (incompreensível) será cobrado com a vida. Salve geral, dia 12/6’. Peguei ele meio-dia."


Para ver a reportagem completa, clique aqui. O que é bom para o PCC é ruim para a sociedade. O crime fez uma escolha e ela deve orientar a nossa: devemos escolher justamente o contrário.

Chances de 2º turno recuam



As chances de um eventual segundo turno recuam. É o que se pode depreender das últimas pesquisas Datafolha. A vantagem de Lula sobre os demais candidatos voltou aos patamares de maio e junho, 8%. Em julho esta vantagem era de apenas 3%. A ampliação da vantagem, contudo, foi fruto mais do crescimento de Lula do que uma queda dos demais adversários. Parte da queda de Alckmin foi compensada pelo crescimento de Heloisa Helena. Em julho, Lula tinha 44% contra 41% dos demais. Em agosto, passou para 47% contra 39%.

A semana que passou

Segunda-Feira - JN entrevista o candidato Geraldo Alckmin. Mesmo dia em que o crime organizado promovia a terceira onda de ataques terrorista no Estado de São Paulo. Alckmin foi questionado sobre segurança pública, corrupção no governo paulista, corrupção no partido, sobre o veto do presidente ao aumento concedido pelo congresso aos aposentados e sobre educação. O candidato foi cordato. Alguns devem ter observado na entrevista o motivo que levou ao apelido chuchu. Já escrevi aqui que Alckmin não é o candidato dos sonhos dos marqueteiros e isso ficou claro. A entrevista não empolgou. Creio que Alckmin não ganhou e nem perdeu votos em razão dela. Vamos brincar de dar notas? Nota 6,5 para o tucano. Não deixou claro o caráter político dos atentados em São Paulo, mas abordou a questão sob esse aspecto. Não distinguiu a caso Azeredo do caso Delúbio, Silvinho Pereira, Zé Dirceu etc. Foi excelente na resposta dado quanto ao aumento dado pelo congresso aos aposentados, mas vetado pelo presidente Lula, lembrando da injeção de R$ 9,5 bilhões no Petros, fundo de pensão da Petrobras e contrapondo-a aos 7 bilhões necessários para o aumento referido. Nota 6,5.
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Terceira onda de ataques terroristas em São Paulo diminui, mas continua nesta segunda-feira. Sobre esse assunto dedicarei um texto exclusivo.

Terça-Feira - Enquanto São Paulo era alvo de ataques terroristas promovidos pelo crime organizado, com clara intenção de interferir nas eleições, os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, Mercadante (PT) e Quércia (PMDB), gravavam imagens e depoimentos para seus programas de rádio e TV, que vão ao ar a partir do dia 16, para ver a reportagem clique aqui
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Pesquisas revelam queda do candidato tucano. Tanto a pesquisa CNT-Sensus quanto a Datafolha apontaram uma queda substancial do candidato Geraldo Alckmin. Os números (em%, primeiro os da CNT-Sensua seguidos dos da Datafolha): Lula —47,9-47 / Geraldo Alckmin — 19,7- 24 / Heloísa Helena — 9,3-12. Queda de Alckmin também é observada num eventual segundo turno: Lula —52,5-54 / Geraldo Alckmin —29,8-37
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A candidata à presidência pelo PSOL, Heloisa Helena é entrevista pelo JN. A candidata parece ter utilizado uma estratégia antiga dos políticos: falar pelos cotovelos. O casal Bonner ficou sem reação diante da tagarela e verborrágica candidata e senadora alagoana. Meu filho para cá, meu filho para lá, meu amor para cá, meu amor para lá, e a candidata foi se esquivando das perguntas. Talvez o ponto culminante para o público tenha sido o momento em que HH dispara: “eu [HH] devo entender mais de reforma agrária do que você” [Fátima Bernardes]. Dou nota 5, embora, é claro, a candidata tenha tido um ótimo desempenho se analisarmos sob o ponto de vista eleitoral. Ganhou votos, tenho certeza.

Quarta-Feira - Pesquisa Globo-Datafolha indica a vitória de Serra ainda no primeiro turno. Os números: Primeiro Turno - José Serra 49% / Mercadante 17% / Quércia 11% / Segundo Turno - Serra – 61% / Mercadante – 26% / Serra - 63% / Quércia – 22%
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O JN entrevista o candidato à presidência Cristovam Buarque do PDT. Gosto de Cristivam Buarque. É um homem que preza a cultura, a inteligência. Uma pena que a entrevista tenha sido tão apática. Não havia assunto a ser abordado. A demissão do candidato pelo presidente Lula, quando Buarque era ministro da educação, foi questionada por Bonner. O candidato atribui a demissão a falta de vontade deste governo em investir, ou melhor, revolucionar a educação. Buarque também foi questionado sobre a derrota sofrida por ele quando disputava a reeleição ao governo do Distrito Federal. Tergiversou. Pela coerência, ousadia em manter a candidatura sob a égide da educação, pela coragem em responder todas as perguntas, nota 7.

Quinta-Feira - O JN entrevista o candidato à reeleição, presidente Lula. Foi um desastre total. Não tanto por Lula ter tergiversado em quase todas as respostas, pois isso já é uma prática sua de longa data, mas pela demonstração inequívoca de nervosismo. O casal do Jornal foi impecável. O suposto acordo para aliviar com o presidente se revelou mentiroso. Em vários momentos, quando não havia escapatória, e o casal havia cercado o presidente através dos fatos, da realidade, Lula encaixou a megalômana expressão: “nunca se fez tanto”. No que diz respeito a segurança, Lula sumiu. Ficou pequeno. Disse que o problema é grande e tinha que ser tratado seriamente. Quando Bonner apertou o candidato confrontando o prometido com a realidade, tergiversou. Foi praticamente o único tema abordado que não passasse por explicações acerca dos incontáveis casos de corrupção que assolam o planalto e o PT. Além de não responder as questões formuladas pelo casal, Lula mentiu. Disse que havia afastado ministros que não afastou. Disse que havia criado um órgão que não criou. Não revelou ao país quem o traiu porque, claro, ninguém o traiu. Lula chamou seus correligionários de “envolvidos”. Desmentiu Paulo Okamotto ao revelar que sabia da existência da dívida que seu camarada saldou ou mentiu ele mesmo. Passou praticamente os 12 minutos acuado, tropeçando nas palavras e visivelmente irritado. Suou muito. A experiência não foi boa. O resultado em relação ao público é pouco previsível. Lula fala metaforicamente, numa linguagem que as massas assimilam com facilidade. Eis a grande diferença entre ele e Geraldo Alckmin. Ah, a nota. Nota 3.
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O relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas divulga a lista de parlamentares que serão levados ao Conselho de Ética. A esmagadora maioria pertence à base governista. Dos 72 parlamentares denunciados, 62 são da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso. A oposição tem oito parlamentares denunciados. No total, nove partidos têm integrantes envolvidos no esquema. Também foi divulgada lista com os 18 parlamentares considerados inocentes. Vejam os números: O PL lidera a lista com 18 citados. Na seqüência aparecem: PTB (16), PP (13), PMDB (8), PFL (7), PSB (4), PT (2), PRB (1), PSC (1) e sem partido (2).
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Sexta-Feira - “Matem o pessoal do PSDB (...), menos o PT, né meu...". Em telefonema grampeado, líder da facção explicou o motivo da morte do vereador de Mairinque, Do PSDB. Ligação ideológica entre o crime organizado e o PT fica cada vez mais escancarada. As motivações políticas dos ataques também: o crime organizado quer interferir nas eleições. Para ver a matéria completa, clique aqui

Menos publicações, mesma qualidade

Colegas e não tão colegas têm cobrado a atualização deste blog. Ocorre que as férias terminaram, tanto do trabalho quanto da faculdade. O tempo, agora, é mais curto. As publicações devem cair em número. O blog é só um registro dos meus pensamentos, não é palco de disputa. Não escrevo em favor de uma causa. Não tenho compromissos com a vitória de ninguém e de nada. Dito isto, vamos aos acontecimentos da semana. Abaixo, a imagem da semana.

A imagem da semana

"A República" de Honoré Daumier

A imagem fala por si só. A mamata do Estado. Protecionismo, assistencialismo ... estatismo.

quarta-feira

Graciliano Ramos e a verdade do artista ... (essa que não é arte engajada)



"Não sei por quê.
Acho que o artista deve procurar a verdade.
Não a grande verdade, naturalmente.
Pequenas verdades, essas que são nossas conhecidas". (Graciliano Ramos)

É o golpe, é o golpe


Escrevi, dias atrás, que Lula e o PT preparam o “terreno” para um golpe. Vejam o que foi escrito: “o PT jogará no colo do poder legislativo toda a corrupção passada e futura. O discurso moralizador voltará triunfante. O golpe final no poder legislativo”. Pois é, hoje, em visita à Bahia, Lula acusou os parlamentares de se aproveitarem do benefício da imunidade para achincalhá-lo.” Segundo o seu entendimento torto, safadeza é proferir qualquer palavra crítica contra ele. Quem não se lembra do nobre petista dizer que Collor devia ter problemas mentais porque corrupto? Quantas vezes Lula achincalhou seus adversários? Não se beneficiou da imunidade parlamentar, é verdade. Para isso seria preciso ter um mandato e Lula sempre foi avesso ao Congresso Nacional. Segundo ele, uma casa composta só picaretas. Quer, segundo consta na reportagem, acabar com a imunidade porque, ora vejam, "falam mal dele". Desafia a oposição a tirar dele algo que entende ser seu: a presidência, o poder. Lula e o PT parecem ter traçado uma estratégia. Se me fosse dado o direito de fazer suposições, diria que ela foi pensado pelo advogado criminalista Marcio T. Bastos lá pelo final de 2005. Desde então, o planalto tem investido contra o Congresso Nacional. A tentativa é desqualificá-lo ao máximo perante a opinião pública. Esmorecer o Congresso Nacional é o primeiro passo para a implementação de um governo autoritário. Populista, Lula já é. Subtrair a imunidade parlamentar significa submeter o Legislativo. Lula faz uso desse discurso justamente no momento em que o Congresso Nacional está com sua imagem arranhada. A sucessão dos fatos relacionados com a postura do presidente, do PT e até dos órgãos federais, como a polícia federal, demonstra, cabal e insofismavelmente, qual o objetivo da corja “esquerdopata”: governar com o povo. Trata-se de atropelar a República, as instituições democráticas. O mesmo fim foi tentado com o mensalão. Antes, pretendia-se comprar o congresso nacional, agora, livrar-se dele. É o golpe, é o golpe. Para ver mais sobre o assunto, clique aqui.

terça-feira

A imagem da semana



o Bom e ...















o Mau Governo


Trata-se de duas telas, em detalhes, de Ambrogio Lorenzetti. Na primeira, os efeitos do bom governo. A imagem nos mostra os cidadãos confiantes em torno do comandante, a imagem é de um tranquilo governo, bom, assentado na virtude e na moral. Na segunda, os efeitos do mau governo. No centro do palco senta o tirano, com a aparência de um demônio, com chifres e dentes caninos. A figura do tirano tem um casaco bordado de ouro e pedras preciosas, um copo de ouro em sua mão e uma cabra, o símbolo tradicional da cobiça, da luxúria, em seus pés. Abaixo é Justitia, personificação da justiça na Roma antiga, imobilizada, o acesso a ela é destruído. Em torno do trono do tirano, a marginalidade. Alguém ainda não conseguiu relacionar as telas de Lorenzetti com o governo do PT? Imoralidade, marginalidade e mau governança: ao mesmo tempo, causas e efeitos de um mesmo mal.