sábado

O que eles querem?


O que querem aqueles que controlam o PCC? Façamos a pergunta elementar dos investigadores de polícia: quem ganha com essas mortes aleatórias de policiais, que fazem lembrar os métodos da SS nazista? Qual é o alvo principal das arruaças criminosas, que certamente não é a pessoa dos mortos? Com essas perguntas na cabeça é que decidi escrever este artigo.
Não posso acreditar que homens aprisionados, sob o jugo do regime disciplinar diferenciado, venham a ter poder de mobilização maior fora das prisões e mesmo dentro delas. Fere a minha inteligência aceitar uma hipótese desta. Creio que o poder real que é atribuído a esses atores está fora das grades e seus detentores dispõem de conhecimentos superiores, seja de organização, seja de operações militares, pois o que está em curso é uma guerra de guerrilha contra o poder constituído no estado de São Paulo. Se, de fato, a polícia acredita que os comandantes dos atentados são os prisioneiros devo dizer que estão enganados.
Encurtando a prosa: o verdadeiro alvo desses atos de violência é a candidatura de José Serra ao governo do estado de São Paulo. Se os analistas já dão como favas contadas a derrota de Geraldo Alckmin, algo que ainda pode mudar, assim espero, também não duvidam em prever a vitória do candidato do PSDB ao governo de São Paulo. A única maneira de dar chance a seu adversário, o candidato do PT, é esse esforço desesperado de destruir a segurança pública, pondo em pânico toda a população do estado e ligando a desordem estabelecida ao candidato da situação.
Vale o antigo bordão: é elementar. Basta que se juntem os pontos que a figura da estrela vermelha de cinco pontas fica formada em sua inteireza. Penso que é tão óbvio o que se passa que as pessoas resistem em chegar às conclusões.
Recordemos alguns fatos. O partido de Lula foi acusado de receber dinheiro sujo para a campanha eleitoral de várias fontes: do mensalão de Marcos Valério, das FARC, de Cuba, de Chávez. Não sei se algo foi comprovado ou não, mas as acusações tiveram ampla cobertura da imprensa. Também vimos que personalidades do partido estão arroladas nos processos de apuração das mortes de Celso Daniel e de Toninho do PT, antigo prefeito de Campinas. Então, sabemos que escrúpulo não é uma virtude que a cúpula do PT possa ostentar. Não tem nenhum.
De outra parte, apenas o estado de São Paulo tem sido objeto desse surto terrorista, acompanhado da sedição das populações encarceradas. E os alvos são sempre autoridades estaduais, jamais as federais. Um viés notável que não escapa ao observador atento.
Certamente esse conjunto de acontecimentos já foi devidamente filmado e editado para ser utilizado na campanha eleitoral contra José Serra. Talvez já tenham material bastante, talvez não. Não tenho certeza de que os estrategistas desse plano nefando terão sucesso, podendo até reverter em bumerangue contra eles, na medida em que as ações policiais têm sido duríssimas e a vida daqueles que ousam enfrentar as autoridades de armas em punho tem sido curta. É de se perguntar se o estoque de guerrilheiros suicidas, os bandidos que assassinam policiais, já não se está esgotando, mas o fato é que a população paulista tem apoiado o uso continuado da força pela polícia na contenção dos malfeitores. A patota petista ligada à chamada causa dos direitos humanos não ousou levantar a voz porque não há ouvidos para ouvir. Os paulistas anseiam pelo restabelecimento da ordem. A ROTA está nas ruas como há muito eu não via.
A conclusão se impõe: só há um ganhador com todo esse processo. Não preciso dizer o nome, todos já sabem quem é. O que eles querem? Simples: ganhar as eleições em São Paulo.
José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP.

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