quarta-feira

2007? Tudo na mesma 3.

Dias desses estava a ouvir uma música chamada "Suo Gan", de John Williams. É parte da trilha sonora de um clássico do cinema chamado ‘Empire of the Sun’ (O Império do Sol), um dos primeiros grandes trabalhos de Spielberg. A direita não gosta de Spielberg. Também tenho as minhas críticas. Mas o filme em questão é mesmo uma obra prima. A trilha sonora simplesmente fantástica. Foi baseado em uma espécie de auto-biografia escrita por J.G. Ballard, considerado o mestre da “novela- catástrofe” britânica, por seu humor negro e sua visão pessimista do futuro. Bale interpreta um garoto inglês de 11 anos, Jim, apaixonado por aviões. Ele se perde dos pais quando a China é invadida pelo Japão e é feito prisioneiro pelo exército japonês durante três anos.



‘Empire of the Sun’ e a saga do menino inglês.
Jim inspira, eu não.



Jim acaba em um campo de concentração japonês. Bale dá uma aula de interpretação. Em meio a belas imagens, fotografia de primeira e até clichês bem utilizados, desenrola-se um história de coragem e determinação. Ao mesmo tempo em que Jim é despido de toda a roupagem nobre que o impedia de entender a realidade que o cercava, suas forças são renovadas. Forças que parecem brotar da paixão pelos aviões e de uma certa arrogância, um certo orgulho em medida suficiente a impulsioná-lo a vencer os desafios que lhe são impostos pela vida. Em meio à morte, escolhe viver. E não culpa ninguém por sua sorte. Jim cresce e aprende a ser senhor do seu destino. Ele é orgulhoso, apaixonado, atrevido, educado, inteligente, teimoso e caridoso. Reúne o que há de mais sublime na individualidade: a capacidade de entender o mundo a partir de si mesmo. Ao querer o próprio bem, Jim faz bem àqueles com quem convive. Ele inspira. Eu não. Querem se inspirar? Não leiam meus textos, assistam ao filme ‘Empire of the Sun’ e a saga do menino inglês.

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