sábado

Saddan foi à forca. Está morto. Segue a imagem da Semana.

St George and the Princess of Trebizond, de Pisanello
1436-1438 - Fresco - Pellegrini Chapel, Sant'Anastasia, Verona

Trata-se de trabalho realizado na Igreja Santa Anastasia. Foi a única retratação que sobreviveu. O restante se perdeu completamente. O assunto é o favorito no período: St George, a princesa e o Dragão. À direita, o heroico George prepara-se para intervir em nome da princesa. Pisanello colocou a cena em Verona, mostrando a princesa e o 'saint' em roupagem elegante. No fundo, os traidores (detalhe em destaque) pendurados nas forcas. Retrato da barbárie. É a imagem da semana.

sexta-feira

Uma contribuição para as reflexões de fim de ano

A chegada de um novo ano deve, no mínimo, remeter-nos às reflexões espirituais. Verdade e liberdade sempre foram temas trabalhados por João Paulo II. O Cardeal Alvery Dulles SJ retomou-os através da obra 'A Verdade como fundamento da Liberdade'. Passando por Raimundo Farias Brito (1862-1917) e Lord Acton (1834-1902), o autor chega a seguinte conclusão: "o seguimento estrito da lei moral é o caminho para a libertação do ser humano". Para ver uma análise dos conceitos trabalhados pelo cardeal, clique aqui. É a minha contribuição para o ano vindouro.

quinta-feira

Recebi esta animação pelo Orkut. O que é bom, repassamos. Vai o link: clique aqui.

quarta-feira

A imagem da Semana


Massacre de Inocentes, de Bruegel
Nesta obra, Bruegel usou a narrativa bíblica sobre a matança de todos os recém-nascidos do sexo masculino, de Belém, executada por ordem do rei Herodes, para representar o duque de Alba (vestido de preto, sobre um cavalo, na parte central da pintura) comandando sua tropa de cavaleiros armados contra protestantes inocentes. (Do site www.moderna.com.br)

2007? Tudo na mesma 3.

Dias desses estava a ouvir uma música chamada "Suo Gan", de John Williams. É parte da trilha sonora de um clássico do cinema chamado ‘Empire of the Sun’ (O Império do Sol), um dos primeiros grandes trabalhos de Spielberg. A direita não gosta de Spielberg. Também tenho as minhas críticas. Mas o filme em questão é mesmo uma obra prima. A trilha sonora simplesmente fantástica. Foi baseado em uma espécie de auto-biografia escrita por J.G. Ballard, considerado o mestre da “novela- catástrofe” britânica, por seu humor negro e sua visão pessimista do futuro. Bale interpreta um garoto inglês de 11 anos, Jim, apaixonado por aviões. Ele se perde dos pais quando a China é invadida pelo Japão e é feito prisioneiro pelo exército japonês durante três anos.



‘Empire of the Sun’ e a saga do menino inglês.
Jim inspira, eu não.



Jim acaba em um campo de concentração japonês. Bale dá uma aula de interpretação. Em meio a belas imagens, fotografia de primeira e até clichês bem utilizados, desenrola-se um história de coragem e determinação. Ao mesmo tempo em que Jim é despido de toda a roupagem nobre que o impedia de entender a realidade que o cercava, suas forças são renovadas. Forças que parecem brotar da paixão pelos aviões e de uma certa arrogância, um certo orgulho em medida suficiente a impulsioná-lo a vencer os desafios que lhe são impostos pela vida. Em meio à morte, escolhe viver. E não culpa ninguém por sua sorte. Jim cresce e aprende a ser senhor do seu destino. Ele é orgulhoso, apaixonado, atrevido, educado, inteligente, teimoso e caridoso. Reúne o que há de mais sublime na individualidade: a capacidade de entender o mundo a partir de si mesmo. Ao querer o próprio bem, Jim faz bem àqueles com quem convive. Ele inspira. Eu não. Querem se inspirar? Não leiam meus textos, assistam ao filme ‘Empire of the Sun’ e a saga do menino inglês.

2007? Tudo na mesma 2.

Amigos (sim, eu os tenho) insistem em que escreva uma mensagem para o ano vindouro. Há aqueles que não insistem, mas discordam das minhas provisões. Poucos, muito poucos concordam comigo: o ano de 2007 não será muito diferente deste, se não for pior. Não sei porque, mas as pessoas apegam-se a essas coisas. O começo de um ano tem que representar uma renovação: votos renovados; esperanças renovadas; sorte renovada. Tudo o que de uma forma ou outra, entende-se, careceu no ano que se encerra. Recebi uma quantidade enorme de mensagens nessa linha. Talvez estejam certos aqueles que assim pensam. Mas não sou canalha, nem mesmo comigo. Não vou me fazer falsas promessas ou renovar coisa nenhuma como uma espécie de ‘mea culpa’ dos erros que se acumulam. E, antes que se chateiem, falo por mim. Amigos desejam-me um ótimo 2007. Eu desejo o mesmo a eles. Mas aí estamos em outro terreno: o da fé. Não posso me compelir a escrever sobre algo que não se conecta com o meu pensamento. Não posso falar de esperança quando o que me vai à cabeça é descrença. Não posso escrever que tudo será melhor quando creio exatamente no inverso. Ademais, não sou o que se pode chamar de escritor. Uma vez ou outra, chamo-me de escriba. Faltam-me talento, qualidade e conteúdo para o posto. Um pouco mais de domínio da gramática também. Falta-me, sobretudo, a capacidade de inspirar o leitor. O difícil não é oferecer falsas esperanças. Isso é mole. Não o faço por princípio. Falo de tocar o leitor com o que há em nós mesmos. Transformar em palavras nossas angústias, medos e aflições. Fazer de um arranjo de letras e pontuações uma verdadeira obra de arte. O escritor, o bom escritor, é um artista. Não sou artista. Tenho cá minhas angústias e paixões, meus medos e perturbações. Fazer deles algo atraente e com começo, meio e fim é que embola o jogo. Meus textos são sempre secos e sem graça. Há fugas por toda parte. O tema central escapa-me às vezes. Há pouco humor. Menos do que gostaria. Gosto de escrever sobre política, pensamento, linguagem, filosofia e direito. Ora, quem há de se sentir tocado por qualquer uma dessas coisas?

terça-feira

Tribunal confirma Pena de Morte

Forca Coletiva
Auschwitz
Do site http://auschwitz.altervista.org/


BAGDÁ (Reuters) - "Um tribunal iraquiano de apelações confirmou na terça-feira a pena de morte contra Saddam Hussein por crimes contra a humanidade e disse que ele deve ser enforcado dentro de 30 dias. Grupos de direitos humanos dizem que o processo teve falhas graves e pediram ao governo que não execute a sentença. A Casa Branca considerou a decisão 'um marco' na substituição da tirania pelo Estado de direito." Para ver mais, clique aqui. A anistia Internacional protestou. É contra. Eu também sou. "Somos contra a pena de morte por questão de princípio, mas particularmente neste caso, porque ocorre após um julgamento com falhas", afirmou a entidade através de uma porta-voz. Nada posso afirmar sobre as supostas falhas, mas posso falar de princípios e de política. Acho a pena de morte um atraso. Sobretudo para a civilização ocidental. A evolução por que passou, em todos os sentidos, não transige com ato tão bárbaro. Saddam foi condenado à forca. Não aceito que seja dado ao homem o direito de decidir sobre a vida de alguém. Tão pouco a um tribunal, qualquer que seja. Tal concessão importará sempre em atribuir ao Estado domínios perigosos. Do ponto de vista político, é um erro enorme. Morto pelas "mãos dos americanos", Saddam transformar-se-á num símbolo, num mito. Sua morte dará força a grupos que se alimentam de mistificações. Sua morte não colabora em nada, piora. No mínimo, enquanto seres humanos, ficaremos diminuídos.

2007? Tudo na mesma.


2007?
Tudo na mesma.


O Natal de 2006 passou. Não escrevi nenhuma mensagem. Nenhuma frase de esperança. Nenhuma palavra de bons sentimentos. Não sou um pessimista, não. Acontece que não deu vontade, entendem? Faltou inspiração, ânimo, saco mesmo. 2006 foi um ano aborrecedor. Principalmente aborrecedor. 2007 não será diferente. As cartas estão na mesa. É ver para crer, como se diz. Mas há quem não queira ver, quem não queira crer e quem não queira nenhuma das duas coisas. Eles são a maioria. Aborrecedor. O Brasil não vai crescer. A classe média vai ficar mais pobre. A máquina assistencialista fará mais vítimas. O governo continuará sabotando a democracia. As instituições continuarão sendo golpeadas. O PT continuará cooptando o Estado. A esquerda continuará dominando o pensamento, as colunas dos jornais e a lista dos livros mais vendidos. E sim, senhores, enquanto tudo isso estiver passando bem na frente de nossos narizes, lá estará a oposição: inerte, calada, incapaz de lidar com todos esses fatos, seja por ignorância, seja por ser, parte dela, mero instrumento da política petista. É aborrecedor. Não tenho bons sentimentos porque não tenho falsas esperanças. Pessoalmente, tenho muito a agradecer a Deus, família e aos amigos. Mas não me peçam mensagens de Natal e Ano Novo. Estou fora.

sábado

CADA VEZ MAIS BELÍNDIA!

Por Percival Puggina.

Foi o economista Edmar Bacha quem criou, em 1974, o termo Belíndia para designar os abismos que separam o Brasil próspero do Brasil miserável. Aquele seria como a Bélgica, este como a Índia. Passaram-se 32 anos. A Bélgica continua Bélgica, a Índia cresce a quase 10% ao ano e o Brasil continua patinando como correia frouxa que não sai do lugar. É verdade que desde o Plano Real contabilizam-se discretíssimos avanços nas condições de vida dos segmentos mais pobres. Essa ligeira expansão, no entanto, se dá por vias não sustentáveis. Ela depende de um crescente assistencialismo que jamais pode ser entendido como instrumento de ascensão social. Ao contrário, inoculando o vírus do paternalismo e da dependência, se converte em estagnação. É o neo-coronelismo, cuja eficácia eleitoral ficou escancarada no pleito de outubro. Como não poderia deixar de ser, dado que do couro saem as correias, o custo desse mecanismo foi transferido para a classe média, que convive com a incessante depressão de seus indicadores de renda e qualidade de vida. Em outras palavras, quem estava no meio não vai para a Bélgica, mas se muda para a Índia. Mesmo que restrito às vicissitudes da vida privada e ao mundo da economia, onde a quantidade de empregos e a qualidade dos salários dependem de inúmeros fatores internos e externos, tal fato, por si só, já seria revelador de uma situação social tão angustiante quanto constrangedora. Todavia, ele vem se instalando com crescente intensidade no próprio setor público, nos poderes de Estado, comandando de maneira escandalosa as torneiras do Erário. Com crescente freqüência, em algum lugar ou em alguma instância, as maiores remunerações pagas com dinheiro dos impostos garantem avanços para além da Bélgica, enquanto a imensa maioria dos servidores é jogada para a Índia dos vencimentos congelados. Criou-se uma ciranda em moto-contínuo, energizada por razões de direito: autonomia dos poderes para estabelecer seus aumentos, isonomia dos poderes para que os demais façam o mesmo, realinhamentos, direitos adquiridos, regalias das carreiras jurídicas, compensações e por aí afora. Graças a tal ciranda, detentores de poder de Estado e incontáveis categorias de servidores remuneram-se com valores que ultrapassam os cem mil euros anuais! Acontece que remunerações desse porte, mesmo na Bélgica, correspondem a uma elite econômica. E a distorção que representam ganha contornos exponenciais quando se atenta para o fato de que cem mil euros, no Brasil, correspondem a um poder de compra três vezes maior do que cem mil euros na Bélgica, onde tudo custa três vezes mais do que aqui. E agora vem o pior: a ciranda das autonomias e isonomias dos poderes e apadrinhados se move em absoluto desrespeito à vontade e à dignidade das condições de vida da única fonte legítima de todo poder: o povo, sem autonomia e sem isonomia, resignado e indefeso pagador de tais exorbitâncias.

HP - Nunca Mais!

HP nunca mais!


Ao adquirir a poucos dias um impressora Multifuncional HP 1510, fiquei feliz com a aquisição, pois é um ótimo produto. Agora o achaque, a decepção a sensação de ser lesado foi ao adquirir um cartucho original HP. Ao retornar à loja para comprar um cartucho para reposição, vi o preço, R$ 51,00 para o cartucho 92 preto. Qual foi minha surpresa ao ver o conteúdo, são míseros 5 ml. Isso mesmo CINCO. Mililitros. Estava acostumado com o da linha 600 da HP com 40 ml que eu já achava caro, agora com 5 ml. Foi demais. Fiz os cálculos comparando as quantias. Com oito cartuchos pagaria outra impressora, somente na difrença de carga entre as duas impressoras. Numa empresa de recarga, o cartucho recarregado custa R$ 50,00 com o cartucho, o mesmo preço de um original, com os mesmos 5 ml. O preço não deveria ser inferior? Ou, conter mais tinta? Pelo menos os 40 ml? Se você acha que o litro de gasolina está caro, não viu nada, O litro de tinta preta está sendo enfiado goela abaixo nos clientes, pela quantia astronômica de R$ 10.200,00 isso mesmo DEZ MIL E DUZENTOS REIAS, pasmem, O LITRO - com o cartucho é lógico, se for numa empresa de remanufaturados, a recarga custa R$ 30,00 sem cartucho, então o preço cai para a bagatela de R$ 6.000,00 isso mesmo, SEIS MIL REAIS O LITRO. Veja a composição da tinta: Água, álcool isopropílico, corantes e pigmentos inorgânicos (não contém ouro nem prata). QUEM GARANTE QUE TEM 5 ML? Não tem como controlar, e se o jato no modo econômico for 10% mais forte, com certeza, a empresa vai aumentar seu faturamento em 10%, sem fazer força, enganando os incautos que compram esses produtos. Ou se tiver 4 ml, são 20% de economia, 4 ou 5 ml ... Quem vai perceber a diferença? Hoje vemos embalagens de 1 litro com menos 1.000 ml. Garrafa de óleo com 900 ml, de bebidas com 970 ml, papel higiênico que tinha 30 metros com 20 metros, e assim vai. Esse é o nosso Brasil, sendo dilapidado por todos os lados, por maus empresários que se aproveitam e querem tirar o máximo de vantagem dos clientes que são quem os mantém. E por politicos e governantes que aumentam cada vez mais seus salários e os impostos, deixando à mingua o consumidor que é quem paga a conta. O pior, gastam mal nosso dinheiro. Vamos divulgar essa safadeza, que isso seja levado adiante e enviado aos responsáveis da outrora admirada por todos como grande empresa, a HP - Hewlett Packard. HP - NUNCA MAIS!

É Natal: "Muito dinheiro no bolso ..."

O aumento no salário de deputados e senadores brasileiros, aprovado na quinta-feira, consolida os congressistas brasileiros como "os mais bem pagos do mundo", segundo reportagem publicada nesta sexta-feira no diário espanhol El País. "Os deputados justificaram o aumento de 100% dizendo que não podem ganhar menos que um membro do Supremo, que ganha exatamente R$ 24.600", diz a reportagem, observando que "há alguns dias, o Congresso aumentou em 8% o salário mínimo, que passou de R$ 350 para R$ 375." O diário argentino La Nación também tratou do tema, dizendo que "os legisladores brasileiros tornaram realidade o sonho de um grande aumento salarial, mas somente para eles". A reportagem cita um estudo de uma organização não-governamental para dizer que "somando gastos de gabinete, transporte e outros benefícios, um legislador brasileiro custa aos cofres do Estado aproximadamente US$ 50 mil por mês" e que, como o aumento se transfere automaticamente para deputados estaduais e vereadores, "representará ao Estado brasileiro um aumento de gasto de US$ 800 milhões ao ano." A reportagem lembra que o aumento salarial foi aprovado em meio às discussões para a reeleição dos presidentes da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, e do Senado, Renan Calheiros. "Ontem, após o aumento, a reeleição era considerada certa", diz a reportagem

Lula está com tudo. A oposição está com nada. E nós? Lascados, como sempre.


Falta capacidade analítica para a oposição
perceber que está criando o "Super-Lula"


Tempos atrás, escrevi um texto cujo título ficou assim: "É o golpe! É o golpe!”. Para ver, clique aqui. Tratava do perigo que representava o esmorecimento do Congresso Nacional. Um Poder Legislativo fraco, institucionalmente falido, é o primeiro passo para a implementação de um governo autoritário. Submeter o Poder Legislativo ao Executivo, no entanto, não é uma tarefa fácil porque o Brasil não é a Venezuela, no que agradeço a Deus. Possibilidade difícil, mas não descartável. Quando o Congresso Nacional passava por uma de suas piores crises institucionais, o PT não hesitou em defender o fim da imunidade parlamentar e uma reforma política advinda de uma constituinte. As oposições calaram-se. A defesa da democracia foi feita por alguns poucos jornalistas da imprensa "burguesa". Até mesmo algumas personalidades consideradas liberais flertaram com a tese lulo-petista. Imputar aos parlamentares todos os crimes passados e futuros, toda a corrupção, toda arte de mal fazer política, todo o fisiologismo, toda imoralidade, é uma estratégia do PT contra a qual a oposição deveria levantar-se. Deveria. Os recentes acontecimentos provam que isso não é uma realidade. Não só a oposição deixou de se levantar contra um projeto de poder que vem sendo executado meticulosamente pelo PT como tem dado mostras de que está pronta para colaborar. O episódio do “canetaço”, como vem sendo chamado o aumento dos salários dos congressistas, é mais um entre tantos outros que desmerecem o Congresso Nacional. Carente de tornar-se verdadeiramente representativo, no que podia ajudar o voto distrital misto, o Poder Legislativo investe contra o pouco de valor institucional que lhe resta. Como num bordel, onde ninguém é dono de ninguém - nem de si mesmo -, deputados de todas as bases - governistas, não-governistas e meio a meio - deram-se as mãos para a aprovação do escandaloso reajuste de 90,7% em seus próprios salários. Costurado pelo presidente da câmara, Aldo Rebelo (PCdoB), o acordo beneficia os congressistas, mas também, e principalmente, Lula. Ele é quem sai fortalecido. Ele é quem sai moralmente engrandecido. Diante do escárnio, do deboche, surge o Lula de um só compromisso ... ‘com o povo’. Com que moral esse Congresso cobrará de Lula austeridade. Com que moral se oporá aos seus delírios populistas? A oposição perdeu o norte. Perdeu a capacidade de análise. E, alguns de seus membros, também a vergonha na cara. Não é possível prever quantas investidas uma instituição suporta antes de sucumbir. Mas é perfeitamente possível vislumbrar quando a derrocada está perto. Ou a oposição sensibiliza-se com o espírito da época, que denuncia tempos escuros, ou estamos perdidos. Não há sociedade civil organizada que suporte sozinha a pressão avassaladora de um golpe, ainda mais quando ele se vale justamente dos meios democráticos para se impor. A ação do PPS (partido que teve um deputado entre os que aprovaram o reajuste) contra o aumento é uma esperança. Mas viver às preces para que a oposição exerça sua função não é bom sinal. Lula está com tudo. A oposição está com nada. E nós? Lascados, como sempre.

quarta-feira

Clama-se por pena de Morte. É a comoção. O Estado? Quer progressão de regime.

Alguns amigos sabem. Outros, talvez não. Moro em Bragança Paulista. A cidade está de Luto. Seguramente, nunca se viu neste pacato município, com pouco mais de 150 mil habitantes, um crime tão bárbaro, tão violento, tão chocante. O clima é de revolta. Fala-se abertamente em linchamento, pena de morte etc. Não é o momento de apoiar ou condenar essas idéias. Tudo é comoção. O crime, que tomou repercussão nacional, chocaria de qualquer forma. Talvez por um certo egoísmo compreensível, humano até, a dor é maior porque Eliana, uma das vítimas, era uma mulher conhecida e muito querida pelos moradores da cidade. Carinhosa, atenciosa, meiga era mãe zelosa de um único filho. Um garoto de 5 anos. Valente, ele conseguiu escapar do carro. Ainda em chamas, conseguiu pedir ajuda. Mas, com 90% do corpo queimado, não resistiu e morreu hoje, 12 de dezembro de 2006. Mãe e pai morreram na hora. Clama-se pena de morte para o autor da atrocidade. Vinte mil reais. Um veículo. Tinner. Cordas. Fogo. Em minutos, uma família é literalmente carbonizada. O criminoso? Mais de 20 passagens pela polícia. Condenado por furto, roubo e latrocínio. Em poucos anos, livre para destruir a vida de três pessoas. Desta vez, terá direito à progressão de regime - fechado, semi-aberto e aberto. Clama-se pena de morte. É a comoção. O Estado quer diminuição de pena e progressão de regime. O Estado fechou os olhos para Eliana, seu marido e o pequeno Vinícius. Está a serviço da barbárie. Bragança está de Luto. Eu estou de Luto. O Estado? Quer progressão de regime.

terça-feira

Luto.

segunda-feira

A semana tem mais uma imagem

Andrea Mantegna - The Crucifixion

Violência em Darfur segue sem a atenção dos órgãos internacionais.

CARTUM (Reuters) - "Homens armados não identificados mataram no sábado 22 civis e feriram outros 10 em uma aldeia perto da região de Darfur, no Sudão, disse a União Africana (UA). Noureddine Mezni, porta-voz da UA no Sudão, disse neste domingo que os homens atacaram um veículo comercial perto de Sirba, a 45 quilômetros ao norte de El Geneina, capital de Darfur Oeste e perto da fronteira com o Chade.

Fileira de Corpos.
Genocídio segue em Darfur

Ele disse que a UA enviou uma unidade de investigação a Sirba, e que moradores irritados tentaram evitar depois a saída da equipe. "A União Africana está sob ameaça da população local em Sirba. Há esforços agora para permitir que a equipe deixe a área", disse ele à Reuters. "Apelamos para que todos saibam que a UA está em Darfur para ajudar as pessoas e restaurar a estabilidade e conseguir a paz. Não estamos em Darfur para ser parte do conflito." Em novembro, homens armados montados em cavalos e camelos mataram cerca de 30 pessoas e feriram 40 em Sirba. A UA mantém em Darfur uma força de 7.000 homens, com pouco financiamento e mal equipada, que não consegue evitar a violência. Especialistas dizem que cerca de 200.000 pessoas foram mortas e 2,5 milhões foram deslocadas desde o começo do conflito, em 2003, quando rebeldes de Darfur iniciaram uma luta armada contra o governo, que acusam de negligência."

Parecer técnico do TSE mantém rejeição das contas de Lula

Estadão: "Novo parecer técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve a recomendação de rejeição das contas da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por causa de doações feitas por empresas sócias de concessionárias públicas. Na terça-feira, 12, os ministros do TSE vão votar o parecer do relator, José Gerardo Grossi. Os próprios petistas reconhecem que a tendência de Grossi é recomendar a aprovação com ressalva das contas e de os ministros seguirem o relator. A aprovação, mesmo com ressalva, garante a diplomação do presidente Lula, marcada para quinta-feira. No total, R$ 10 milhões foram doados à campanha pela reeleição por oito empresas ligadas a concessionárias públicas. Para ver a matéria completa, clique aqui.

Lula divuga nota curta e em tom duro sobre morte de Pinochet

Estadao: "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou uma nota curta e em tom duro sobre a morte do general Augusto Pinochet. O texto, assinado pelo porta-voz André Singer, diz que o ex-ditador "simbolizou um período sombrio na história da América do Sul" e faz votos "de que nunca mais a liberdade na região venha a ser ameaçada. Eis a íntegra da nota:


"O general Augusto Pinochet simbolizou um período sombrio na história da América do Sul. Foi uma longa noite em que as luzes da democracia desapareceram, apagadas por golpes autoritários. Cabe fazer votos de que nunca mais a liberdade na região venha a ser ameaçada e que, em cada País, os povos possam sempre resolver em paz as suas diferenças."

domingo

Uma página da história

Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (Valparaíso, 25 de novembro de 1915Santiago, 10 de dezembro de 2006) foi um militar chileno; presidente de seu país de 1973 a 1990.


Pinochet (esq.) e o então presidente
chileno Salvador Allende. Cerimônia
de nomeação de Pinochet como
comandante do Exército chileno.
Pinochet tomou o poder de Allende
18 dias depois desta foto em um golpe
no qual Allende foi morto.


Nomeado em 1973 comandante do exército chileno, e até então considerado um general leal e apolítico, acabou por chefiar a junta militar que tomou o poder através do golpe de estado de 11 de Setembro de 1973, bombardeando o palácio presidencial com aviões da força aérea, na expectativa de destruí-lo e matar todos os ministros, derrubando assim o presidente Salvador Allende. A 17 de Junho de 1974 assumiu formalmente o cargo de Presidente da República. O Chile vivia então uma forte crise económica e social decorrente do rotundo fracasso das acções desenvolvidas durante o mandato de Salvador Allende( compreendendo medidas de carácter socializante como a nacionalização de bancos, as minas de cobre e algumas grandes empresas) que provocaram uma enorme agitação social, o que culminou com a instauração de uma sangrenta ditadura militar. Já em 1978 assistiu-se a um dos anos mais criticos para o Governo de Pinochet, com os EUA a condenarem veementemente a politica totalitária e opressora do direitos civis chilenos. A ditadura militar chilena comandada pelo governo de Pinochet permitiu o livre ingresso de capital estrangeiro no país e um importante processo de liberalização económico do país, o que possibilitou um considerável boom económico da durante a década de 70. Para ver mais, visite o site Wikipedia.

Pinochet morre no Chile aos 91 anos



Augusto Pinochet



O ex-líder do regime militar no Chile,
Augusto Pinochet, morreu aos 91 anos
de idade, na capital chilena, Santiago.



Pinochet estava internado desde o domingo, 3 de dezembro, quando sofreu um ataque cardíaco. Ele foi submetido a uma cirurgia de angioplastia para evitar uma intervenção de maior risco. Nesta semana, os médicos haviam afirmado que o estado de saúde de Pinochet melhorara, mas o general não resistiu à enfermidade prolongada. O militar comandou o golpe militar que derrubou o então presidente eleito, Salvador Allende, em 1973, ficando no poder por 17 anos. Mais de 3 mil pessoas foram mortas durante o seu governo.

Admiradores de Pinochet permaneceram
concentrados desde a manhã de domingo
em frente ao Hospital Militar, em Santiago,
com bandeiras do Chile e fotografias do general.

Ainda correm na Justiça chilena dois processos contra Pinochet, um por violação de direitos humanos e outro por evasão fiscal. Na semana passada, ele emitiu uma nota na qual aceitou a responsabilidade política de tudo o que ocorreu no Chile enquanto ele estava no poder. Mas ele afirmou que era preciso derrocar Allende para afastar do país o risco de um caos político e social. "Enfrentarei de bom grado a humilhação [de ser julgado], perseguido e as injustiças contra a minha família em nome da paz e da harmonia que reinam hoje entre os chilenos", disse a nota. Para ver a matéria completa clique aqui. "O militar permanecia sob prisão domiciliar - seu estado de saúde precário o manteve longe dos tribunais. A sentença foi emitida na investigação sobre o desaparecimento de dois seguranças de Salvador Allende, que seriam vítimas da “Caravana da Morte”, grupo apoiado pelo regime militar que viajava pelo país para eliminar dissidentes políticos."

sábado

Mano Brown, o petista anti-racismo, é racista?

Mano Brown
(Imagem TVCultura)


Emir Sader foi condenado por chamar o senador Bornhausen de racista. Para Sader, o senador é racista e o uso do termo raça para designar o bando petista mensaleiro comprova isso. Pois bem, Mano Brown, o petista anti-racismo, o líder do grupo "Racionais Mc's", o homem que chama o presidente de Mano Lula, escreveu a letra de uma música chamada "Homem Na Estrada". Segue trecho da letra. Observação ao que vai em negrito. Volto depois.

"A Justiça Criminal é implacável.
Tiram sua liberdade, família e moral.
Mesmo longe do sistema carcerário, te chamarão para sempre de expresidiário.
Não confio na polícia, raça do caralho.
Se eles me acham baleado na calçada, chutam minha cara e cospem em mim é..
eu sangraria até a morte...
Já era, um abraço!.
Por isso a minha segurança eu mesmo faço
."

Não, eu não acho que Mano Brown foi racista. Não concordo com seu pensamento, é verdade. Mas daí dizer que foi racista, é desconhecer a língua nacional. A esquerda adora Brown. Eu não. A esquerda condenaria Brown por racismo? Eu não.

Gabriel o pensador (...de miolo mole)

Recebi a letra de uma das "canções" de Gabriel o pensador (... de miolo mole). A letra demonstra um pouco do lixo "intelectual" que se produz para a adolescência, pré-esquerdista. Não se referisse aos Estados Unidos, Gabriel seria fatalmente chamado de "racista", preconceituoso ou congêneres. Como está, transforma-se numa espécie de herói juvenil, de libertário "maneiro". Segue a letra:

Filho da Pátria Iludido
Gabriel o Pensador
Composição: Gabriel O Pensador

Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos
Eu fico puto
Eu fico louco
Eu fico logo mordido
Porque se fosse um americano eu já não ia gostar
Mas o pior é brasileiro quando cisma de usar
Uma jaqueta ou uma camiseta com aquela estampa
D'aquela porra de bandeira azul vermelha e branca!
Eu não suporto ver aquilo no peito de um brasileiro
Me dá vontade de manchar tudo de vermelho
Vermelho sangue
Do sangue do otário
Que não soube escolher a roupinha certa no armário
E saiu de casa crente que tava abafando
Eu vô tentar me segurar mas eu não tô mais agüentando!!

Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (cores dos States com as estrelas e as listras)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (não somos patriotas nem nacionalistas)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (como Tio Sam sempre quis)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (amigo vai nessa que tu tá é fudido)

E ele saiu de casa crente que tava abafando
Eu fico puto
Eu fico triste
Eu fico quase chorando
De pena de raiva de tristeza de vergonha
Quando eu vejo esses babacas esses panacas esses pamonhas
Que têm coragem de ir pra rua com boné ou camiseta
Com as cores da bandeira mais nojenta do planeta!
Tem azul com estrelinha
Tem branquinho e tem vermelho
O filho da pátria é burro cego ou a casa dele não tem espelho?
Eu acho que é burro mesmo
Coitado
Sem rumo sem governo totalmente alienado
Bitolado do tipo que acredita no enlatado
Que passou no Supercine desse sábado passado
Eu tento me controlar conto até dez respiro fundo
Ô filho da pátria é assim que cê pensa que vai chegar no 1º mundo?
Vestindo essa bandeira de outro povo
Vestindo essa roupa escrota de submisso baba-ovo
Que vergonha que vexame que tragédia que fiasco:
O enforcado desfilando com a bandeira do carrasco!
Condenado
Parece que merece a morte
Me enraivece um colonizado usar a bandeira da metrópole!
E não espere eles invadirem a Amazônia
Pra saber que não passamos de uma mísera colônia
Em pleno século vinte e um beirando o ano dois mil
Por essas e outras devemos usar a bandeira do Brasil
E lutar por um país fudido
No quadro internacional
Tira a camisa dos Estados Unidos seu débil mental!

Refrão

I'm an American and I'm pround of my flag
But Gabriel is my friend and I understand what he said
You gotta have personality keep your own nationality
Look at yourself
Try to live your reality
And maybe we will all have just one nation some day
But now use your own flag let me be USA
Each one has his own country but life is way above
We aint't talking about hate
It's all about love...
Amigo cê tá perdido enganado iludido
Já devia ter sabido o que são os Estados Unidos
Um país infeliz
O mais hipócrita da terra
Malucos suicidas e imbecis que adoram guerra
Misturados num lugar cheio de farsa e preconceito
Me diz porque essa merda de bandeira no seu peito?
O quê que cê quer dizer quando veste uma camisa exaltando as belas cores dos opressores que te pisam?
O quê que cê quer passar pra pessoa que olhar pro seu peito e num entender de que lado você tá?
Mas não precisa responder
Cê tá do lado de baixo
Você é uma fêmea no cio e o Tio Sam é o seu macho
Você é o capacho dos norte-americanos
Por isso ainda acho que existe algum engano
Porque eu não me rebaixo a passear vestido
Com a roupa do inimigo: os Estados Unidos

Enquanto "Marias Angélicas" da vida são presas pelo roubo de manteigas, petistas continuam desfilando, livres, com seus bigodes e carecas lustrosas



O pote de manteiga de Maria Angélica.
Instituições ruindo-se aos poucos.



Não sou caudatário de certas teorias penais e processuais que buscam adotar uma política social do sistema punitivo. Pobre, rico, todos são capazes de identificar o certo e o errado na maioria das situações. Assim, minhas convicções morais prestam para condenar tanto um ladrão de galinhas quanto o líder de uma poderosa máfia de corruptos. Quando, porém, o sistema - processual, penal ou político - faz aumentar a idéia segundo a qual a Justiça só condena os chamados 'ladrões de galinhas', alguma coisa está errada. A peça chave de qualquer democracia sólida e promissora é a igualdade de tratamento. A empregada doméstica Angélica Aparecida Souza Teodoro, que furtou um pote de manteiga, foi condenada. Até aí, tudo bem. Ela alegava estar passando fome. Resolveu facilitar as coisas. Nos tempos do assistencialismo barato do chefe do apedeutismo - Lula - a mulher preferiu valer-se da 'mão leve' a requerer o tal auxílio estatal - o bolsa família. Ademais, pretendia acabar com a fome - dela mesma e de seus filhos - com manteiga? Ocorre que a doméstica não foi condenada por furto, mas por roubo. O código penal difere as condutas. Naquela não há uso de violência ou grave ameaça como meio para a subtração ou manutenção da posse injusta da coisa, nesta há. Consta da sentença que a doméstica valeu-se de grave ameaça à pessoa de Dadiael de Araújo, dono do mercado onde ocorreram os fatos, com o fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Segundo o juiz da 23ª Vara Criminal de São Paulo, restou provada a grave ameaça feita pela ré. Ao ser abordada pelo dono do estabelecimento, com seus seguranças, claro, a ré teria dito que “o faria subir”, tal como fizera com outras pessoas. Fico cá imaginando o quanto ameaçado e tremendo de medo ficou o dono do estabelecimento com tal despautério, se é que tal afirmação realmente aconteceu. Sabe-se que a grave ameaça, para integrar elemento do tipo, deve ser suficiente a causar temor ao homem médio. Será mesmo que tal afirmação deve ser levada em conta quando se está na posição em que se encontrava a jovem, pega em flagrante e, claro, tentando se livrar do constrangimento? Ademais, a suposta grave ameaça não surtiu o menor efeito, uma vez que o proprietário do estabelecimento manteve a ré no supermercado até que a polícia, chamada pelo mesmo, chegasse. Segundo o Exmo Juiz da 23ª Vara Criminal poder-se-ia argumentar que as palavras da ré seriam insuficientes a incutir fundado temor em dois homens - como este escriba aqui alega - "mas que os dois irmãos não relutaram afirmar a ciência que ela andava em companhia de pessoas envolvidas com a criminalidade, circunstância suficiente a recomendar que não desprezassem suas ameaças." Ocorre, porém, que o proprietário do estabelecimento só tomou ciência dessa suposta circunstância após a revelação dela pela polícia. A história toda é um emblema. Uma jovem de 18 anos entra num supermercado e furta um pote de manteiga. É pega, como tem de ser. Ela justifica-se: passo fome. Hummm, então vai passar o dia comendo manteiga pura? Foi condenada, como tem de ser. Mas a condenação extrapola os limites do bom senso ao imputar à doméstica um crime que ela não cometeu: furtou e não roubou. Maria Angélica foi condenada, como tinha de ser, mas sua condenação foi além do que deveria. Essa é apenas uma forma de ver as coisas. Outra forma? Enquanto "Marias Angélicas da vida" são presas pelo roubo de potes de manteigas, quadrilheiros, mensaleiros, mafiosos e petistas continuam desfilando, livres e soltos, com seus bigodes grandes e suas carecas lustrosas. O deputado federal eleito Juvenil Alves (PT-MG), acusado de comandar quadrilha que atuava em vários Estados e que causou prejuízos de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, foi libertado da carceragem da Superintendência da Polícia Federal de Belo Horizonte. Foi-lhe concedida liminar em Habeas Corpus. Quero Maria Angélica condenada. Quero vê-la condenada por furto. Mas, até quando os "Juvenis Alves" continuarão impunes? Eles são perigosos, mais pelo que podem fazer contra às instituições do que pelo resultado material de seus atos. Eles fomentam o pensamento socializante da moral. Eles são a deturpação do pensamento. Não vão desmantelar minhas convicções, não vou assinar a política social do sistema punitivo. Mas até quando as instituições brasileiras resistirão a tantos ataques?

segunda-feira

A imagem da semana vai como vídeo, desta vez

Indicação Blog do Reinaldo Azevedo.
Tradução e narração: Pedro Bial

domingo

Luana, a resposta dela e a minha resposta

Luana enviou-me uma resposta. Segue o texto, interrompido pelos meus comentários em azul.


"Daniel Ravenna escreve contra o PT."
Escrevo.
"Lê a Veja, admira Diogo Mainardi, assiste o Jornal Nacional e forma sua opinião à partir disso."
Luana lê Caros Amigos e, de vez em quando, Carta Capital, admira Emir Sader, assiste ao "Sex in the City" e forma sua opinião a partir disso.
"Daniel Ravenna estuda no Mackenzie, é do Núcleo Tucano Mackenzista (que medo!) e simpatizante do PFL e do Liberalismo".
Não tenha medo, nós também não comemos criancinhas.
"Daniel Ravenna só ama quem o ama"
Não, não. Só amo quem amo, posso muito bem amar quem não me ama e não amar quem me ama. Hehehe
"é contra as cota raciais"
Sou contra.
"admira a policia militar (?)"
Respeito. Admiro a carreira. Há quem admire a bandidagem.
"direitos humanos pra ele, é o cacete!"
Não, não. Direitos humanos, para mim, é tudo. Cuidado para não vincular as comunidades assinadas às opiniões de quem as assina. Também assino a comunidade oficial do PT.
"O PT, para Daniel Ravenna, é uma facção criminosa"
Não, não. Só a cúpula que o comanda.
"grita fora Suplicy nas ruas e joga loutros à Força de Segurança Nacional."
Deus me livre. O Suplicy não merece um só "a" da minha atenção. Força Nacional? O que é isso?
"Daniel Ravenna escreve contra o PT e me diverte com seus textos"
Esse é o espírito.
"mas o que me impressiona, é que o Daniel Ravenna usa a camiseta do PRÁXIS e se diz companheiro."
Ex-companheiro
"Dá pra entender Daniel Ravenna?"
Com um pouco de paciência e uns goles de Gold Label, dá.

Escrevi sobre o caso Lulinha-Rede 21. Por isso, Luana acha que Mainardi é o meu escritor preferido. Acho que Lulinha é o empresário preferido dela.


Sempre a esquerda,
assim sem crase mesmo

Escrevi sobre o caso Lulinha-Rede 21. Por isso, Luana acha que Mainardi é o meu escritor preferido. Luana é uma, como dizer?, ex-companheira de Diretório Acadêmico. Estudamos no Mackenzie. Apoiamos o mesmo grupo político dentro do campus. Depois que percebeu meu lado negro, conservador e liberal, passou a ver conspiração em tudo que se referia a mim. Se critico o grupo político ao qual pertence, estou a serviço da oposicão. Se vou assistir às palestras realizadas pelo grupo e gravo a exposição de cada um dos convidados, estou armando contra "eles". Sempre "eles". Luana acha que "eles" representam o pensamento 'liberto'. Por isso, "somos" escravos daqules que ("eles") julgam representar o pensamento da direita, ou sei lá o quê. Sei é que errou de novo. Meu escritor preferido? Difícil. Gosto de Graciliano Ramos. Mainardi? Gosto do estilo, azedume, das frases curtas, da ironia. Mas não, ele não é o meu escritor preferido. Gosto de Franz Kafka. Mainardi? Gosto de ler sua coluna na Veja: boa gramática, conteúdo atual e humor garantido. Esta semana conclama a elite a cheirar pó. Trata-se de uma crítica às razões invocadas pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro para justificar o aumento da criminalidade no Estado, especialmente dos crimes contra a vida e o patrimônio. Vale a pena ler. Gosto de Drummond, o bom Drummond. Mainardi? Gosto do jornalista, que não gosta de ninguém. Gosto de Paulo Coelho ... ops, bem longe das minhas leituras, hehehe. Imagino que o Lulinha é o seu "empresário" preferido. Não é a única explicação que serve para entender o porquê se prefere criticar um jornalista ao "esquema" que envolve dinheiro público, tráfico de influência e muitos crimes mais. Mas se é para fazer ilações basbaques, esta serve muito bem. Mainardi? É só um jornalista boboca de uma revista boboca se querendo guardião dos interesses da direita raivosa que insiste na idéia de derrubar Lula do PT e o PT de Lula. Certo? Essa linguagem, "eles" entendem.

sábado

VEJA 06/12: "Contrato revelado por decisão de juiz mostra que, mesmo sem ter concessão, empresa de Lulinha comanda canal de TV"

Cenas dos programas da PlayTV,
ex-Rede 21: até o nome do canal mudou



Lulinha fez um bom negócio. A experiência como estagiário de Biologia em um Zoológico fez do filho do presidente, garoto-prodígio, um invejável empresário. Lulinha ocupará 22 das 24 horas em que a Rede 21, que pertence a Bandeirantes e que até mudou de nome - PlayTV -, fica no ar. Não, a Gamecorp de Lulinha não tem concessão pública. Não é só isso. O homem que viu sua sorte mudar depois que o pai chegou à Presidência da República também contará com a metade dos recursos obtidos de órgãos oficiais e de empresas privadas pela Rede 21. O inverso também ocorrerá. Não é preciso saber somar um mais um para entender a real natureza do acordo firmado entre a empresa do filho do presidente e o canal de televisão que pertence a Bandeirantes, emissora que, depois do acordo, passou a ser o destino preferencial de verbas de publicidade distribuídas pela própria Presidência da República e por empresas estatais. Para ver matéria da revista Veja desta semana na íntegra, o assinante pode clicar aqui. Abaixo, imagem do contrato firmado entre a Gamecorp e o canal da Rede Bandeirantes. Queriam segredo, mas o segredo foi negado pela justiça.

A toda especial democracia de Chávez


Hugo Chávez

Por Roberto Lameirinhas: "Às vésperas da votação de amanhã, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, voltou a ameaçar fechar jornais e emissoras de TV que ‘insistirem em trilhar o caminho do golpismo e da subversão’. Em novembro, a Assembléia Nacional - dominada totalmente por deputados que apóiam o governo - aprovou a Lei de Responsabilidade Social dos Meios de Comunicação, que sanciona com penas de multa e prisão empresas e jornalistas condenados por delitos de injúria e difamação ou de ofensa à pessoa do presidente. A advertência foi feita durante uma entrevista especial ao vivo, direto do Palácio de Miraflores, produzida pela emissora privada Venevisión. Indagado sobre se pensava em não renovar a concessão de alguns canais privados, Chávez respondeu: ‘Isso é perfeitamente possível. É perfeitamente possível que o país seja chamado a dar sua opinião sobre esse tema.’ O presidente venezuelano também disse ter-se “arrependido” de não ter fechado as maiores emissoras particulares do país depois do frustrado golpe contra ele, em abril de 2002. Citou especificamente quatro emissoras: Globovisión, Venevisión, RCTV e Televen. Curiosamente, quase todas as emissoras privadas optaram por transmitir a entrevista, por cortesia da Venevisión, da qual participavam também dois jornalistas de emissoras pró-governo, a estatal Venezolana de Televisión e a rede internacional Telesur. O programa - qualificado pela oposição de propaganda eleitoral - começou às 22 horas de quinta-feira (zero hora de ontem em Brasília) e se estendeu até depois da 1 da manhã de ontem. Deveria ter sido encerrado à meia-noite local, quando, por força de lei, as emissoras são obrigadas a executar o hino nacional." Para ler na íntegra, clique aqui.