sábado

A semana que passou

Segunda-Feira - JN entrevista o candidato Geraldo Alckmin. Mesmo dia em que o crime organizado promovia a terceira onda de ataques terrorista no Estado de São Paulo. Alckmin foi questionado sobre segurança pública, corrupção no governo paulista, corrupção no partido, sobre o veto do presidente ao aumento concedido pelo congresso aos aposentados e sobre educação. O candidato foi cordato. Alguns devem ter observado na entrevista o motivo que levou ao apelido chuchu. Já escrevi aqui que Alckmin não é o candidato dos sonhos dos marqueteiros e isso ficou claro. A entrevista não empolgou. Creio que Alckmin não ganhou e nem perdeu votos em razão dela. Vamos brincar de dar notas? Nota 6,5 para o tucano. Não deixou claro o caráter político dos atentados em São Paulo, mas abordou a questão sob esse aspecto. Não distinguiu a caso Azeredo do caso Delúbio, Silvinho Pereira, Zé Dirceu etc. Foi excelente na resposta dado quanto ao aumento dado pelo congresso aos aposentados, mas vetado pelo presidente Lula, lembrando da injeção de R$ 9,5 bilhões no Petros, fundo de pensão da Petrobras e contrapondo-a aos 7 bilhões necessários para o aumento referido. Nota 6,5.
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Terceira onda de ataques terroristas em São Paulo diminui, mas continua nesta segunda-feira. Sobre esse assunto dedicarei um texto exclusivo.

Terça-Feira - Enquanto São Paulo era alvo de ataques terroristas promovidos pelo crime organizado, com clara intenção de interferir nas eleições, os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, Mercadante (PT) e Quércia (PMDB), gravavam imagens e depoimentos para seus programas de rádio e TV, que vão ao ar a partir do dia 16, para ver a reportagem clique aqui
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Pesquisas revelam queda do candidato tucano. Tanto a pesquisa CNT-Sensus quanto a Datafolha apontaram uma queda substancial do candidato Geraldo Alckmin. Os números (em%, primeiro os da CNT-Sensua seguidos dos da Datafolha): Lula —47,9-47 / Geraldo Alckmin — 19,7- 24 / Heloísa Helena — 9,3-12. Queda de Alckmin também é observada num eventual segundo turno: Lula —52,5-54 / Geraldo Alckmin —29,8-37
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A candidata à presidência pelo PSOL, Heloisa Helena é entrevista pelo JN. A candidata parece ter utilizado uma estratégia antiga dos políticos: falar pelos cotovelos. O casal Bonner ficou sem reação diante da tagarela e verborrágica candidata e senadora alagoana. Meu filho para cá, meu filho para lá, meu amor para cá, meu amor para lá, e a candidata foi se esquivando das perguntas. Talvez o ponto culminante para o público tenha sido o momento em que HH dispara: “eu [HH] devo entender mais de reforma agrária do que você” [Fátima Bernardes]. Dou nota 5, embora, é claro, a candidata tenha tido um ótimo desempenho se analisarmos sob o ponto de vista eleitoral. Ganhou votos, tenho certeza.

Quarta-Feira - Pesquisa Globo-Datafolha indica a vitória de Serra ainda no primeiro turno. Os números: Primeiro Turno - José Serra 49% / Mercadante 17% / Quércia 11% / Segundo Turno - Serra – 61% / Mercadante – 26% / Serra - 63% / Quércia – 22%
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O JN entrevista o candidato à presidência Cristovam Buarque do PDT. Gosto de Cristivam Buarque. É um homem que preza a cultura, a inteligência. Uma pena que a entrevista tenha sido tão apática. Não havia assunto a ser abordado. A demissão do candidato pelo presidente Lula, quando Buarque era ministro da educação, foi questionada por Bonner. O candidato atribui a demissão a falta de vontade deste governo em investir, ou melhor, revolucionar a educação. Buarque também foi questionado sobre a derrota sofrida por ele quando disputava a reeleição ao governo do Distrito Federal. Tergiversou. Pela coerência, ousadia em manter a candidatura sob a égide da educação, pela coragem em responder todas as perguntas, nota 7.

Quinta-Feira - O JN entrevista o candidato à reeleição, presidente Lula. Foi um desastre total. Não tanto por Lula ter tergiversado em quase todas as respostas, pois isso já é uma prática sua de longa data, mas pela demonstração inequívoca de nervosismo. O casal do Jornal foi impecável. O suposto acordo para aliviar com o presidente se revelou mentiroso. Em vários momentos, quando não havia escapatória, e o casal havia cercado o presidente através dos fatos, da realidade, Lula encaixou a megalômana expressão: “nunca se fez tanto”. No que diz respeito a segurança, Lula sumiu. Ficou pequeno. Disse que o problema é grande e tinha que ser tratado seriamente. Quando Bonner apertou o candidato confrontando o prometido com a realidade, tergiversou. Foi praticamente o único tema abordado que não passasse por explicações acerca dos incontáveis casos de corrupção que assolam o planalto e o PT. Além de não responder as questões formuladas pelo casal, Lula mentiu. Disse que havia afastado ministros que não afastou. Disse que havia criado um órgão que não criou. Não revelou ao país quem o traiu porque, claro, ninguém o traiu. Lula chamou seus correligionários de “envolvidos”. Desmentiu Paulo Okamotto ao revelar que sabia da existência da dívida que seu camarada saldou ou mentiu ele mesmo. Passou praticamente os 12 minutos acuado, tropeçando nas palavras e visivelmente irritado. Suou muito. A experiência não foi boa. O resultado em relação ao público é pouco previsível. Lula fala metaforicamente, numa linguagem que as massas assimilam com facilidade. Eis a grande diferença entre ele e Geraldo Alckmin. Ah, a nota. Nota 3.
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O relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas divulga a lista de parlamentares que serão levados ao Conselho de Ética. A esmagadora maioria pertence à base governista. Dos 72 parlamentares denunciados, 62 são da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso. A oposição tem oito parlamentares denunciados. No total, nove partidos têm integrantes envolvidos no esquema. Também foi divulgada lista com os 18 parlamentares considerados inocentes. Vejam os números: O PL lidera a lista com 18 citados. Na seqüência aparecem: PTB (16), PP (13), PMDB (8), PFL (7), PSB (4), PT (2), PRB (1), PSC (1) e sem partido (2).
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Sexta-Feira - “Matem o pessoal do PSDB (...), menos o PT, né meu...". Em telefonema grampeado, líder da facção explicou o motivo da morte do vereador de Mairinque, Do PSDB. Ligação ideológica entre o crime organizado e o PT fica cada vez mais escancarada. As motivações políticas dos ataques também: o crime organizado quer interferir nas eleições. Para ver a matéria completa, clique aqui

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