segunda-feira

"Picolé de chuchu com pimenta", por Guilherme Fiuza. Não sou um analista, mas assim mesmo mereço.

"O candidato é bom, mas não empolga.
Esse foi o bordão repetido pelas vozes esclarecidas mais simpáticas a Geraldo Alckmin. As menos simpáticas apenas ridicularizavam as pretensões eleitorais do picolé de chuchu.
Ninguém tem notícia de que Alckmin tenha chegado a empolgar algum analista político no território nacional. Alguns (poucos) até cogitavam a remota possibilidade de haver segundo turno, mas isto aconteceria graças ao fenômeno Heloísa Helena. Geraldo era apenas um picolé fadado a derreter sob o sol nordestino de Lula.
A confirmação de que a eleição presidencial terá segundo turno joga, imediatamente, uma população inteira de colunistas, acadêmicos, jornalistas, cientistas políticos e especialistas em geral no divã.
O maior trauma a ser superado por todos esses analistas nem é o segundo turno em si. É o fato de que não foi a super-Helô (murchou em 6%), nem o Eymael, nem as abstenções que adiaram a decisão da eleição presidencial.
O que decidiu a parada foi a votação estupenda (muito acima das melhores e mais recentes projeções) dele, o inexpressivo, o sem carisma, o chato, o candidato que não empolga, o picolé de chuchu.
Os quase 42% de Geraldo Alckmin, além de deixar dez entre dez entendidos de plantão em crise existencial, inauguram uma nova eleição absolutamente indefinida. Os cenários mais favoráveis ao tucano projetavam até outro dia uma diferença de pelo menos 15 pontos a ser tirada no segundo turno.
Agora, são só 6 pontos a separar Alckmin de Lula. Sugestão aos especialistas: ponham suas barbas de molho, e só tirem-nas de lá no dia 29 de outubro"
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