terça-feira

Ainda a vontade soberana do povo

"Prezado Daniel, devido a você ser jovem, decidi gastar tempo com aquilo que você escreve. Você recita o discurso da direita que fundamentou a criação das ditaduras militares na América Latina, por exemplo. Mas gostaria de saber como você propõe que funcione a democracia representativa se não for através da vontade da maioria. Talvez o voto censitário, que vigeu na aurora de República? (...)" - Eduardo Guimarães
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Perceberam? O experiente petralha acha que pode me salvar das trevas. Nas trevas, de certo, está quem acha que pode me salvar, hehehe. Claro que o que foi acima é uma leitura torta do meu texto. Discurso da direita que fundamentou a criação das ditaduras militares? Bebeu, mané. Que direita democrática fundamentou através de seu discurso as ditaduras na América Latina? Determinado a me passar uma lição, esqueceu de ler o que escrevi. Repito: "Não existe a tal "vontade soberana do povo" senão aquela assim definida e delimitada pelo sistema democrático que a torna realidade.”
Sabe o que isso quer dizer, mané? Quer dizer que se a tal vontade soberana do povo tende a destruir a vontade do povo ela não pode ser respeitada. Didático, agora: quer dizer que se o povo estiver com aquela vontade de alterar o código de leis que lhe garante a liberdade democrática, vai ter de ficar querendo, pois esta vontade está viciada, seja por ignorância das conseqüências, seja por debilidade mental coletiva. Ou seja, você não compreendeu que estou justamente defendendo o direito do povo ter, expressar e ver ser conduzida a sociedade em função da sua vontade contra a tal "vontade soberana do povo" que tende a suprimi-lo.

Ah! A mensagem do rapaz continua: direita enlatada e tralalá. Poupei o estômago do leitor.