terça-feira

Jesus: "um tremendo de um socialista que discriminava os ricos e os nobres". Eis o que pensam alguns liberais. Por isso detesto rótulos.

Eis um texto que encontrei por minhas andanças pela net. É de um tal Prof. Heráclito. Não o conheço. Está na comunidade do Rodrigo Constantino. Aquele que andou tendo alguns desentendimentos com o prof. Olavo de Carvalho. Já disse que não gosto de rotulações porque acabam nos definindo por elas. Sou conservador? Depende. Sou liberal? Depende. O homem que escreveu o texto abaixo é um liberal. Não concordo com uma só palavra sua. Isso faz de mim um comunista? Claro que não. Vamos a ele. Volto depois.


"vergonhoso ! Pedi comentários de Olavo sobre Marcos 10,17 a 23 e simplesmente deletaram meu scrap e me ignoraram covardemente. Ele não tem argumentos para explicar que Jesus foi um tremendo de um socialista que discriminava os ricos e os nobres. Nesse trecho do evangelho, um rapaz pergunta a Jesus o que ele deve fazer para entrar no reino de Deus. Jesus responde que ele deve seguir os mandamentos. O sujeito diz que os segue corretamente desde que nasceu, mas Jesus então diz que para garantir sua entrada no reino divino deve doar todos os seus bens aos pobres. Como ele era rico , saiu de lá triste. Aí então, Jesus -o socialista radical diz: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no céu". Gostaria do comentário do covarde do Olavo, comunista enrustido, como todos os cristãos são. Mas ele agiu como covarde. Sua mulher também. Lamentável".


Não sou Olavo, mas sou cristão. Não sou um comunista enrustido. Constantino já falou em fanatismo. Os há também entre os liberais. Eles costumam chamar de comunistas (ainda que enrustidos) qualquer um que não se aclimate com as suas idéias. O pensamento é o seguinte: existem os "nossos" e os outros. Veja lá Marcos 10, 19,20 e 21. Para a pergunta do jovem rico, Jesus dá como resposta os mandamentos. Mas o jovem insiste dizendo que já observava os mandamentos desde a mocidade. Nesse momento, Jesus o amou, e disse: "vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me". O jovem retirou-se triste. Jesus sabia que isso aconteceria. Por isso o amou. O jovem fora instrumento da palavra de Deus. É o que está em Marcos 10, 23. E a lição divina é que deves amar a Deus antes de todas as coisas. E estas somente depois de a si mesmo e a teus próximos. Não se condena a riqueza, mas fazer dela seu Deus. Não se condena o dinheiro, mas tornar-se escravo dele.

Rodrigo Constantino e o texto "A Carta de Dawkins". Na verdade, a educação pela fé não impede a reflexão.

Eis apenas um trecho de um longo texto escrito por Rodrigo Constantino. Através dele, faz-se um alerta contra a educação pela fé. Para ele, ela fecha as portas para a reflexão, para um pensar livre e racional. Não é verdade. Isso só ocorre onde não há liberdade. Diz o amigo:


"Dawkins diz: "Eu sempre quis encorajá-la a pensar, sem dizer a ela o que pensar". Costumo fazer o mesmo com minha filha, evitando a doutrinação e tentando estimular o questionamento. Quando ela pergunta se viramos anjos quando morremos, por exemplo, respondo que não sei, que alguns acreditam que sim e outros pensam que não, mas que o mais importante é ela não deixar de questionar, não aceitar uma resposta pronta, e também focar mais na vida que na morte.Isso é bem diferente de um pai que responde um enfático “sim”, fechando todas as portas de reflexão para uma criança ainda imatura"

Ora, evidente que a crença, invariavelmente, só pode levar o crente a responder um enfático "sim". Para ele, trata-se de uma verdade, assim como dois e dois são quatro. Educada em um ambiente com liberdade - o que se evidencia pela pergunta - a criança voltará a fazer esses questionamentos, revisitará a crença que criou o universo de valores e princípios em que vive e, claro, fará as suas escolhas, racionalmente, diga-se. Não se fecharão as portas para a reflexão. Isso é bobagem. O alerta que o pai faz ao filho para que este não coloque os dedos na tomada, ou receberá uma descarga elétrica, não impede que o filho faça suas escolhas a partir das apreciações que fizer das coisas. A não compreensão da dimensão da verdade espiritual para os crentes leva alguns a uma visão falsa de garantia de liberdade intelectual que a não-educação pela fé traria. Penso que isso é um erro. O fanatismo e a doutrinação não são frutos da educação pela fé, religião ou ciência, mas da falta de liberdade nas sociedades como um todo. Os amigos podem ver o texto completo no Blog do autor: http://rodrigoconstantino.blogspot.com/

sábado

É carnaval. Tô fora. Prefiro a costureira e o namorado dela

Não gosto de carnaval. Pronto. Visto a roupagem reacionária e conservadora. Cada um na sua, certo? Dizem por aí que o carnaval é o símbolo do Brasil, assim como o futebol e Carmem Miranda. Detesto símbolos. Eles insistem em querer nos definir. Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa) também não gostava de símbolos. Preferia coisa singela, pequenas raspas de vida. Segue poesia do autor sobre o assunto. Entre contemplar o sol ou a lua, ficava com a costureira e o namorado dela.

Símbolo

Símbolos? Estou farto de símbolos...
Mas dizem-me que tudo é símbolo,
Todos me dizem nada.
Quais símbolos? Sonhos. —
Que o sol seja um símbolo, está bem...
Que a lua seja um símbolo, está bem...
Que a terra seja um símbolo, está bem...
Mas quem repara no sol senão quando a chuva cessa,
E ele rompe as nuvens e aponta para trás das costas,
Para o azul do céu?
Mas quem repara na lua senão para achar
Bela a luz que ela espalha, e não bem ela?
Mas quem repara na terra, que é o que pisa?
Chama terra aos campos, às árvores, aos montes,
Por uma diminuição instintiva,
Porque o mar também é terra...
Bem, vá, que tudo isso seja símbolo...
Mas que símbolo é, não o sol, não a lua, não a terra,
Mas neste poente precoce e azulando-se
O sol entre farrapos finos de nuvens,
Enquanto a lua é já vista, mística, no outro lado,
E o que fica da luz do dia
Doura a cabeça da costureira que pára vagamente à esquina
Onde se demorava outrora com o namorado que a deixou?
Símbolos? Não quero símbolos...
Queria — pobre figura de miséria e desamparo! —
Que o namorado voltasse para a costureira.

quinta-feira

Rodrigo Vianna é o mais novo colega de trabalho de Paulo Henrique Amorim

Tempos atrás, escrevi o que segue sobre "o caso Vianna". Atenção ao que vai em negrito. Volto depois.

Não dou crédito para latido de cachorro chutado. Sobretudo quando o cachorro foi envolvido em conversas comprometedoras com líderes de organizações criminosas. (...) O engraçado é que deu na veneta do cara sair disparando um amontoado de ilações justamente depois de ter sido demitido da emissora por manter conversas bem suspeitas com líderes de organizações criminosas, no Rio de Janeiro. Antes disso, como é mesmo?, acreditava na emissora. Aí é que entra a questão moral. Eu, no lugar de Vianna, tivesse mesmo ocorrido o que denuncia não esperava um minuto sequer para pedir a conta e sair da emissora. (...) Esperou ser ‘chutado’ para botar a boca no trombone. O entendimento implícito é que não tivesse sido demitido, Vianna continuaria a colaborar com o suposto método que denuncia. (...) Vianna nunca foi a correia de transmissão do pensamento capitalista-burguês dos Marinho. (...) Não precisou do aval da redação do JN para se envolver com bandidos. (...) Sua carta adaptou-se a tudo o que já se tinha noticiado a respeito de um suposto direcionamento editorial (dossiê Record, por exemplo). Vianna sabe exatamente o que fazer para que certas portas lhe sejam abertas.

Pois é. Depois de endossar o dossiê da Record contra a Globo, o jornalista negocia sua contratação pela?, pela? ... TV de Edir Macedo. Agora, Vianna será colega de Paulo Henrique Amorim. Dizia que a carta tinha um objetivo claro. Dizia que Vianna sabia exatamente o que fazer para que "certas" portas lhe fossem abertas. Agora, pode entrar ...

Pena de Morte para os "bandos felizes"


Do site



O nome dele é João Hélio Fernandes. Ele cometeu um crime: nasceu um privilegiado. Era um criminoso cruel que tinha a frieza de passear pelas ruas do Rio de Janeiro dentro de um Corsa Sedan, o carro da família burguesa e fétida dele. Maldito ‘bando’ feliz. Ousou e abusou. Seis anos. Seis anos desfilando por aí com o luxo e a opulência que o status de “classe média” proporcionava-lhe. Ignorando a realidade que o cercava, sem limites para imaginar que o bom era exatamente aquilo que agradava seu próprio umbigo, vivia João. Mas ele foi punido. Foi dura e exemplarmente punido. Quem planta, colhe. A dura realidade tratou de condená-lo a ser arrastado, preso ao carro do ‘bando feliz’, por 7 Km e durante cerca de 15 minutos. Sua existência foi se esvaindo pelo asfalto. Cada metro absorvendo o corpo, a carne e o sangue. Morreu esfolado. Que sirva de lição a todos "Joãos Fernandes". Que sirva de lição a toda elite branca metida a ser feliz. Alerta ao pessoal dos direitos humanos: três rapazes foram presos nesta quinta-feira pela PM do Rio suspeitos de terem dirigido o carro. A direita raivosa vai querer esfolá-los também. É uma gente perigosa. Fariam de tudo para prendê-los igualmente ao cinto de segurança e, devidamente pendurados, levá-los para um passeio pela cidade. Por 45 minutos. Quinze para cada, é claro. Fiquem a postos. Protejam o direito daqueles que são a expressão da nossa causa, da nossa tese, do nosso espírito intelectual. Afinal, João Hélio Fernandes não tinha cura, não tinha recuperação. Com sorte, em pouco tempo - de 3 a 5 anos - teremos nossos rapazes de volta.

domingo

"A seita anticapitalista e a tristeza do Jeca"

Reinaldo Azevedo
Colunista de Veja


O artigo entitulado "A seita anticapitalista e a tristeza do Jeca", do jornalista Reinaldo Azevedo, publicado na Veja desta semana, fala sobre a seita anticapitalista que toma conta do pensamento ocidental, em especial da América Latina. No texto, o jornalista desvenda o que se encontra por trás de um emaranhado de críticas, especulações e acusações infundadas implantadas cá e acolá a partir da tragédia ocorrida nas obras da Linha 4 do Metrô. Um trecho, em especial, chamou-me atenção: "A cupidez capitalista, cara-pálida, faz estações para durar, não para cair. A sede de lucro pode não inventar a penicilina, mas massifica-a. Os bilhões de dólares que a indústria farmacêutica torra em pesquisa visam, é certo, à acumulação, mas fazem antibióticos. Não pensem que estou apelando à surrada dialética, acostamento dos desvalidos de argumento: "Ah, os malvados lucram, é verdade, mas têm o seu lado bom!". Dialética não existe. Não se trata de haurir o Bem do Mal. Não há nenhuma contradição entre lucrar e civilizar. Essa parceria não é mera correlação, mas relação de causa e efeito. Se alguma trapaça responde por aquela cratera, houve uma falha mais importante do que a de engenharia: houve uma falha do sistema. A estação caiu porque algo do capitalismo, naquele canteiro, não funcionou. A natureza do modelo é a expansão, não a autofagia. Do ponto de vista do sistema, o lucro não foi causa, mas também vítima da tragédia." É isso mesmo. Culpar o lucro, a economia de material, a busca pela eficiência, o contrato, as PPPs, a iniciativa privada, o que é do setor privado em si pelo que aconteceu nas obras da Linha 4 do metrô não passa de um exercício de obscurantismo cuja finalidade é a sedimentação de uma ideologia que faz do indivíduo um subordinado mental do Estado. Para ver o artigo na íntegra, clique aqui

Agora, o "Tapa-Buracos" do PT quer ser ministro da Justiça

Ariovaldo Chaves/Ag. O Globo
Tarso Genro: o "Tapa-Buracos" pode ser mais
perigoso do que se imagina


Tarso Genro já foi ministro da Educação, presidente do PT, líder do governo, moleque de recados da campanha Lula, e, finalmente, ministro das Relações Institucionais. É o "Tapa-Buracos" do PT. Agora, ele quer ser ministro da Justiça. O homem não tem o menor apreço pela imprensa livre. Certa feita, disse que há "uma santa aliança sendo articulada em toda a grande mídia para atacar os 'avanços democráticos' do governo Lula". Defende um tal socialismo republicano e que a imprensa seja vigiada por um conselho. O "Tapa-Buracos" pode ser mais perigoso do que se imagina.