sexta-feira

Mercadante em: "Coragem, o cão covarde"


CORAGEM, O CÃO COVARDE da Cartoon Network



Eu já disse aqui que se eu fosse Lula ou Serra não iria aos debates, pelo menos não naqueles promovidos para o 1º turno das eleições. Os motivos já foram detalhados anteriormente. Vejam que não é o meu lado “isento” que me obriga a esse entendimento, mas o meu compromisso com as minhas convicções. Hoje, o candidato ao governo paulista pelo PT, Aloizio Mercadante, afirmou que pretende ir a todos os debates nesta eleição e cobrou postura semelhante do candidato pelo PSDB, José Serra. Ora, o senador tem todo o direito de fazer essa cobrança, é do jogo. Eu, no lugar de Serra, não iria. Questionado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria adotar a mesma disposição em participar de debates durante a campanha política, postura defendida por Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência, Mercadante se recusou a falar. Ops, senador! Qual o problema em responder? Eu, no lugar de Lula, não iria. O problema é não se comprometer. Claro que a pergunta era uma armadilha. Claro que qualquer que fosse a resposta ela seria desconfortável. Mercadante preferiu o silêncio. Alckmin, caso Serra venha mesmo a não participar dos debates (espero que não), passará pelo mesmo constrangimento. Qual será a sua reação? Veremos. Para ver a matéria na íntegra, clique aqui.

Mercadante, estagnado nas pesquisas, procura culpados









Mercadante (à esq) segue cartilha sartrista: " o inferno são os outros" - Jean-Paul_Sartre (à dir)




O senador e candidato ao governo do Estado de S. Paulo é mesmo um homem complexo. Sua campanha se resume à indignação com a renúncia de José Serra e a críticas à política de segurança pública do governo do Estado nos últimos anos. No que diz respeito à renúncia, a falta de Serra só comprova a sua qualidade. O efeito trampolim é uma bobagem: o próprio senador, para assumir o posto que almeja, terá que abandonar o cargo para o qual foi eleito pelos mesmos paulistanos de quem agora busca os votos. No segundo caso, seu, digamos, projeto substitutivo consiste em oferecer a toda população carcerária tratamento de saúde gratuito, comida boa, emprego garantido e dinheirinho na poupança. Ele está estagnado nas pesquisas. Com a campanha na televisão pode crescer. Precisa, contudo, encontrar culpados. Primeiro culpou o PT. Depois culpou Berzoini e a suposta falta de apoio do centro do partido a sua campanha. Agora, culpa os institutos de pesquisa. A culpa, vejam, jamais é dele. Suas propostas para São Paulo são uma baboseira sem fim. O que é bom ou foi copiado do adversário, como a idéia de duas professoras por sala, ou é projeto já em andamento, como as pequenas unidades de internação para menores infratores. O ilustre economista, que só reconheceu que o plano Real não era uma peça publicitária três anos depois de implementado, insinuou que há "complô" [dos institutos] na manipulação dos números para prejudicar PT. Mercadante em campanha é diversão pura. Assinantes do UOL podem ver matéria na íntegra clicando aqui.

Estratégia do PT é espalhar seu mau cheiro para todos os lados para poder dizer que todo mundo cheira mal

Em entrevista à rádio CBN Lula disse que vai ganhar “de goleada” e que não tem programa para apresentar na campanha. Segundo ele, não tem o que mudar.“Está tudo aí”, disse. Pelo que se vê, acha que está tudo bem, que tudo está, como dizer?, bem encaminhado. Ele mesmo afirmou: agora é o filé mingnon. Seu discurso arrogante só perde para o demonismo retórico. Para ele, os escândalos de corrupção são prova de que o governo investiga. O recado implícito é o seguinte: se antes não havia corrupção é porque não havia investigação. A estratégia é confundir a opinião pública, espalhar mau cheiro para todos os lados. Para ele, a corrupção é um dado do processo: quanto mais se investiga, mais corrupção. É um absurdo lógico. Ademais, mensalão, valérioduto, sanguessugas etc não nasceram das investigações. No caso do mensalão, o esquema só foi descoberto graças a um aliado do governo que resolveu não “cair” sozinho. Lula e o PT estão fazendo de tudo para provar que são iguais a todos – mentem. Já tentaram provar que eram diferentes – mentiam. A avalanche de mentiras faz mal a democracia e mesmo que o PT seja derrotado, graves seqüelas permanecerão nas instituições democráticas brasileiras.

quinta-feira

O candidato a deputado federal e ex-presidente do PT José Genoino Neto foi considerado anistiado político e vai embolsar R$ 100 mil


De acordo com portaria do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, publicada no Diário Oficial de hoje, Genoino receberá uma reparação econômica de caráter indenizatório de R$ 100 mil. A portaria do ministro tem como base o julgamento da Comissão de anistia ocorrido em abril passado. O nobre deputado que chorou como criança ao lembrar da suposta tortura sofrida por ele durante aquela época em que tentava instaurar o comunismo no Brasil, em recente entrevista concedida ao programa Roda Viva da TV Cultura, é o mesmo que é acusado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, de pertencer ao esquema do mensalão que era, nas palavras do procurador, operado por uma "sofisticada organização criminosa" comandada pelo PT. O procurador apontou o deputado cassado e ex-ministro José Dirceu como “o chefe do organograma delituoso” e três ex-dirigentes petistas - Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira - como integrantes do “núcleo principal da quadrilha”. Não é preciso lembrar quantas versões diferentes e mentiras foram disparadas pelo coitadinho para explicar o esquema de corrupção arquitetado por ele e o restante da cúpula do PT. Para ver a matéria na íntegra clique aqui. Vale lembrar também que o irmão do coitadinho é aquele cujo assessor foi flagrado com US$ 100 mil na cueca e R$ 100 mil em espécie numa maleta. Ele acusa as autoridades da época de tortura. As autoridades negam. Segundo Lula os mensaleiros [grupo que Genoino integra] também foram torturados. Não sei qual a concepção de tortura dessa gente. O próprio presidente recebe uma pensão vitalícia por ter ficado preso durante 30 dias. É o escárnio, é o escárnio.

quarta-feira

Mephistópheles de GOETHE**


Johann Wolfgang von Goethe



Eu sou Mephistópheles. Mephistópheles, é o diabo. E todos vocês são Faustos. Faustos são os que vendem a alma ao diabo.

Tudo é vaidade neste mundo vão, tudo é tristeza, é pop, é nada. Quem acredita em sonhos é porque já tem a alma morta. O mal da vida cabe entre nossos braços e abraços.

Mas eu não sou o que vocês pensam. Eu não sou exatamente o que as Igrejas pensam. As Igrejas abominam-me. Deus me criou para que eu o imitasse de noite. Ele é o Sol, eu sou a Lua.A minha luz paira sobre tudo que é fútil: margens de rios, pântanos, sombras.

Quantas vezes vocês viram passar uma figura velada, rápida, figura que lhe darei toda felicidade. Figura que te beijaria indefinidamente. Era eu. Sou eu.

Eu sou aquele que sempre procuraste e nunca poderá achar. Os problemas que atormentam os Deuses. Quantas vezes Deus me disse citando João Cabral de Melo Neto: Ai de mim, ai de mim.

Quem sou eu?Quantas vezes Deus me disse: Meu irmão, eu não sei quem eu sou. Senhores, venham até mim, venham até mim, venham. Eu os deixarei em rodopios fascinantes, vivos nos castelos e nas trevas, e nas trevas vocês verão todo o esplendor.

De que adianta vocês viverem em casa como vocês vivem? De que adianta pagar as contas no fim do mês religiosamente, as contas de luz, gás, telefone, condomínio, IPTU?

Todos vocês são Faustos. Venham, eu os arrastarei por uma vida bem selvagem através de uma rasa e vã mediocridade, que é o que vocês merecem.
As suas bem humanas insaciabilidade, terão lábios, manjares, bebidas.

É difícil encontrar quem não queira vender sua alma ao diabo.As últimas palavras de Goethe ao morrer foram: Luz, luz, mais luz!!

**Adaptação de Antônio Abujamra. Para ouvir, clique aqui.

Sobre Debates


Os debates em televisão e rádio com os candidatos ao governo do Estado de São Paulo e à presidência da República, segundo consta na mídia, já estão marcados. Tenho lido lá e acolá que aqueles que não comparecerem são covardes, medrosos e até antidemocráticos. Confesso que não consigo ver onde está a atitude antidemocrática. Ora, antidemocrático seria impedir, sem justificativas plausíveis, um candidato de participar, mas nunca a escolha livre de um deles de não comparecer. Ademais, esses debates são muito pouco úteis para avaliar um candidato. Geralmente, a mídia proclama um vencedor. O critério não é o programático, como sabemos. Vence o candidato com melhor gogó, com mais habilidade com as câmeras ou com os microfones, enfim, o candidato com mais “presença”. A estratégias são velhas conhecidas. Os candidatos que estão atrás do primeiro colocado nas pesquisas se unem para atacá-lo e aí fica aquele jogo de perguntas indiretas para atacar o suposto favorito. Pura teatralidade. Não há dialética, pelo menos não aquela dialética aristotélica, honesta e cujo objetivo é buscar a verdade, mas apenas um jogo retórico, com ampla manipulação de números. Vence o candidato mais “ligado” nos estratagemas erísticos. Se eu fosse Lula ou Serra não participaria dos debates. Eles não acrescentam em nada no que diz respeito à informação e só servem para transformar os favoritos em alvos de manipulações e distorções. Que se faça a tal “desconstrução” da imagem dos candidatos no horário eleitoral. Não servir como instrumento para ser atacado pelos adversários não é prova de covardia, mas de inteligência.

terça-feira

Delegado Rissio, crítico Feroz da Política de Segurança Paulista, é envolvido em novas denúncias


André Di Rissio, envolvimento com o crime organizado e tráfico de influência


Quem não se lembra do delegado e presidente da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo, André Di Rissio, crítico feroz do governo do Estado de São Paulo, especialmente do Secretário de Segurança Pública, Saulo Castro de Abreu Filho? Não foram poucas as vezes em que o delegado mostrou-se insatisfeito com o governo paulista. “Saulo é amador e Furukawa incompetente", dizia. O delegado afirmava que a categoria (representada por ele, claro) pedira por diversas vezes a demissão de Saulo. Rissio chamava Saulo carinhosamente de amador. Veja mais sobre a fúria de Rissio em relação ao secretário paulista clicando aqui. Rissio costumava dizer também que o crime organizado é muito unido. Ele sabia do que estava falando. André Di Rissio foi preso, no mês passado, sob a acusação de pertencer a uma quadrilha que agia no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Desde que assumiu a Associação dos Delegados, ele manifestava-se regularmente na imprensa contra a iniciativa do Ministério Público de realizar investigações criminais. Também acusava os promotores de Santo André de fazerem uso político do caso Celso Daniel, prefeito assassinado em janeiro de 2002 em meio a denúncias de corrupção na Prefeitura da cidade e envolvimento no caixa 2 da campanha de Lula à Presidência. Certas pessoas, quando criticam e acusam outras, só fazem atestar a idoneidade e o caráter de quem acusam. Rissio, que será indiciado pelos crimes de corrupção passiva e ativa, facilitação ao descaminho, tráfico de influência, sonegação fiscal e formação de quadrilha, na modalidade de organização criminosa, é uma dessas pessoas. Ele é o atestado de idoneidade e integridade moral do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo Castro de Abreu Filho. Novas denúncias contra o delegado de São Paulo acusado de corrupção e formação de quadrilha foram levadas ao ar hoje, no Jornal Hoje, da rede Globo, para ver clique aqui. André de Rissio levava uma vida de milionário: andava de carro importado e procurava uma cobertura para comprar. Era um daqueles que defendia a tese segundo a qual os baixos salários da polícia levavam alguns dos seus membros para a corrupção. Para ver mais sobre as investigações que levaram à prisão do delegado, clique aqui e aqui.

"É mesmo uma pena que as críticas que Rissio tinha ao governo do Estado, na área de segurana, coincidam com as do PT e de Mercadante", lamenta o jornalista Reinaldo Azevedo ao comentar o texto acima.

Alguém conhece essa mulher?


Trata-se da senadora e candidata a presidência Heloísa Helena(PSOL). Ora, senadora: solta esses cabelos, muda o visual e não caia na malandragem da mídia, não fique irritada com essa história de juros (Quando for questionada, lembre: Lula é que defende os lucros dos bancos, não você).

segunda-feira

Berzoini cobra isenção: ele quer patrulhar a mídia, confundir e nivelar

Nivelamento só interessa a quem está por baixo. Humberto Costa (à esq), envolvido até o pescoço com a máfia das sanguessugas.



O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, responsabilizou nesta segunda-feira a imprensa por alimentar as denúncias contra o petista Humberto Costa e preservar o ex-ministro José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo. Vejam que a questão, para o presidente do partido do mensalão, é unicamente de equilíbrio e não de moral. Não interessa que o PT e Humberto Costa tivessem que ter um, digamos, comportamento diferente, mas provar que “todos são iguais”. O PT está cobrando aquela “isenção”, sabem? Só a quem está por baixo interessa nivelar. Não; a gestão de José Serra não foi citada por Vedoin, mas a do petista sim. Serra, diga-se, não foi citado por ninguém. Quando o petista da saúde assumiu, havia ambulâncias compradas e empenhos já decididos. Ora, foi Lula que suspendeu os pagamentos. Diante da impossibilidade de receber é que Vedoin agiu. Eis a gênese da quadrilha. Ora, como poderia o esquema, tal como nos é desenhado pelo dono da Planam, atuar na gestão anterior se os pagamentos já estavam empenhados e aguardavam o trâmite normal? O petismo histérico sabe disso. A militância sabe disso. Agora, o que importa é a cortina de fumaça, é tentar trazer todos para a lama, patrulhar o jornalismo que trata a isenção como fetiche e ver, se daí, arranca algumas “pauladas”. Para ver a matéria na íntegra clique aqui.

Lula em seu primeiro comício, no Recife, fez de tudo para esconder o PT. Nesse sentido veja matéria do Portal IG.

“a cada enxadada, uma minhoca”


Lula, no primeiro comício de sua campanha pela reeleição, em Recife, disse que a oposição deveria “lavar a boca” antes de atacá-lo. Se antes o PT arrogava para si o monopólio da ética e da moral, agora, se esforça para provar que é igual a todos. A militância histérica do partido sobrevive à custa de sofismas, o maior deles é o de que o grande número de casos (o termo “casos” foi um pedido do min das sanguessugas, Humberto Costa) de corrupção no governo Lula se deve há um aumento “incrível” das investigações. Bobagem. No que diz respeito a corrupção, como bem lembra Reinaldo Azevedo: “a cada enxadada, uma minhoca”.

domingo

A imagem da semana

"Ascensão e queda", de Goya


Os sucessos são transitórios, é o que nos diz a tela. Mesmo assim, dependem de muita luta. Oposições? Ademais, eles [os sucessos] sempre vêm à custa de outros. Qual o custo a ser pago pelas oposições para lograrem êxito na corrida presidencial? E qual o custo a ser pago pelo PT?Qual será o custo, para o Brasil, de um eventual sucesso eleitoral de Lula nessas eleições? E no caso de um sucesso das oposições? A imagem da semana nos remete à reflexões de grande importância: o critério para nossas escolhas pode ser muito mais o que o Brasil tem a perder, com a vitória de um ou outro candidato, do que a ganhar.

Campanha de Mercadante segue: “VOLTA SERRA!”

O candidato do PT a governador de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, continua indignado com a saída de Serra do comando da maior cidade do Brasil, São Paulo. Neste sábado, o candidato voltou a cobrar de Serra a sua permanência na prefeitura da capital paulista. Como se vê, ele reconhece a “falta” que Serra faz. Tranqüilize-se senador: à frente do governo do Estado, Serra poderá fazer muito mais pela cidade do que poderia como prefeito. Mercadante disse que a campanha de Serra não consegue justificar a renúncia que ele teve na capital. Bem, ele próprio, para assumir o posto de governador do Estado de São Paulo, deverá abandonar o posto para o qual foi eleito. Seu mandato de senador terminaria em 2010. Claro que o senador não analisa as coisas por esta perspectiva, e nem deve, afinal, Serra realmente faz falta, já ele, não. O candidato disse ainda que Serra tem dificuldade em explicar os governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os 12 anos de PSDB-PFL no Estado de São Paulo. Claro que o candidato faz uso retórico das palavras. O governo de São Paulo pode, e deve, ser criticado, porém, quem deve, de fato, explicações é o seu governo, o governo do presidente Lula, com seus incontáveis casos de corrupção. Vejam que eu falei em “casos”. O termo foi uma sugestão indireta do petista Humberto Costa que, envolvido até o pescoço com a máfia das sanguessugas, disse que vai processar todos aqueles que o acusarem. Faz bem. Será um caso inédito. Até agora, Palocci não processou Buratti, o PT não processou Dantas. O PT, ao que parece, não processa seus supostos caluniadores. Para ver a matéria na íntegra clique aqui.

sábado

Os sites dos candidatos

Cristovam Buarque
Geraldo Alckmin ou simplesmente Geraldo, como mal preferiram os responsáveis pela campanha do ex-governador.
Heloisa Helena, logo de cara, a candidata surge com as crianças e um apelo materno: muito bom.
Lula

Os petralhas cobram isenção


Pensa-se que distribuindo tapas e elogios para todos os lados se alcancará a isenção. Bobagem. Como ninguém é igual, nesse jogo, um lado estará sempre em vantagem.




Já escrevi, aqui, que não sou isento, mas totalmente comprometido com as minhas convicções. Isento para a militância é cantar as glórias do partido “A” ou “B”. Quando se canta as glórias de “A”, a militância de “B” aponta parcialidade, quando se canta as glórias de “B”, a militância de “A” aponta parcialidade. Jogo besta. Não sou fetichista da isenção. Para mim, na mídia, só há dois tipos de isenção: aquela que serve para mascarar um posicionamento, nesse caso a defesa de um lado é feita rasteiramente e aquela administrada, ou seja, aquela isenção alcançada pela média da audiência ou dos leitores, nesse caso, o esforço é no sentido de “agradar” o público. Sou contra qualquer uma delas. Não sou isento. Não vou cantar as glórias de Lula para provar uma isenção que não existe. Não faço jogo rasteiro. Deixo minhas escolhas às claras para que qualquer um delas possa se defender. A democracia é que me garante este direito. Democracia, que implica em muitas coisas, também é poder expressar o que eu penso. O blog é uma expressão da democracia. Não será difícil, ao contrário até, encontrar pela rede blogs “isentos” fazendo campanha pró-PT. Talvez a internet seja o universo mais democrático e livre da sociedade. Há quem queira unir democracia e isenção. Em alguns casos, é um erro, em outros uma estratégia: unir democracia à isenção, ainda mais esse entendimento torto de isenção, na prática, é solapar essa democracia.

sexta-feira

O problema é o PT


O PT, desgastado, apagado ...


Escrevi ontem, em ocasião da vigilância aos blogueiros que o sr. Valter Pomar, secretário do PT, pretende instituir nesta campanha, que o que poderia desgastar a imagem da candidatura do presidente Lula não era a suposta “guerra suja” da oposição, como afirmou o secretário, mas o próprio partido, o PT. Pois bem, hoje, no Jornal Folha de S.Paulo, o candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo partido dos trabalhadores, Aloizio Mercadante, deu razão a minha afirmação. Após pesquisa Datafolha revelar que ele estava estagnado com 15% das intenções de voto, o candidato transferiu ao partido o ônus pelo elevado índice da rejeição sofrida por ele: 17%. Assinantes do Jornal ou do UOL podem ver a matéria completa clicando aqui.

Ainda o vestibular da UFABC


Ainda o vestibular da UFABC (Universidade Federal do ABC). A questão nº 19 e seguintes são precedidas por um texto, uma carta. Ela foi transcrita abaixo:


CARTA ABERTA SOBRE MOVIMENTO GREVISTA NO ABC PAULISTA
São Paulo, 2 de abril de 1980
Mãe,
Tudo errado nesta greve dos metalúrgicos.
Ninguém ouviu as instruções do ministro do Trabalho? Alguém
entendeu que, para ser legal, é preciso que não haja incitamento,
isto é, que a greve seja espontânea?
Então aprendam rapidamente as regras do jogo.
Vamos dizer que você acorde de manhã e, vendo que não tem
café nem pão, resolve parar de trabalhar até ter o que comer.
Se calhar de os 150 mil metalúrgicos terem a mesma idéia, ao
mesmo tempo, na mesma hora, ficará caracterizada a greve
espontânea.
Mas, se o tom de voz usado for acima de 0,2 decibéis ou for
acompanhado por um cruzar de braços, ficará evidenciado o
incitamento.
Comunicar tal decisão através de folhetos, circulares, reuniões,
concentrações, utilizar megafones, apitos (...) é incitamento dos
baitas.
Sim! Desmaiar por fome ou mostrar dedos amputados por tornos
é incitamento justificável, mas que, devido ao seu grande
apelo, será o mais vigiado. (...)
Henfil
Henfil, Cartas da mãe. 1980.



Trata-se de uma prova de português. O vestibulando, como se pode observar abaixo, deve identificar se o texto é formal ou informal, se há uso coloquial ou não das expressões, observar as relações de sentido entre os termos etc. Para isso, poderia ser utilizado qualquer texto, mas o objetivo era mais cantar as glórias do líder da greve, que todos sabemos quem é, do que avaliar os alunos. Abaixo as questões 19 e 20.


19. É correto afirmar que, nesse texto,
(A) o tom coloquial é injustificável, pois cartas requerem
formalismo e tratamento respeitoso ao destinatário.
(B) a mãe é um destinatário de ficção, haja vista que, no
desenvolvimento, o autor faz referência a outros leitores
(“aprendam”, “você”).
(C) a frase é incitamento dos baitas consiste numa impropriedade,
pois é incompatível com o discurso coloquial
adotado como padrão pelo autor.
(D) predomina a oralidade do diálogo, porque o autor faz
perguntas e espera respostas da mãe, estratégia própria
da língua falada.
(E) a figura do emissor (Henfil) assume objetividade no tratamento
do tema, adotando linguagem emotivamente
neutra.


20. Observe as passagens:
Comunicar tal decisão através de folhetos.
Desmaiar por fome.
Mostrar dedos amputados por tornos.
Nelas, os trechos em destaque expressam, correta e respectivamente,
circunstâncias com sentido de
(A) meio; causa; instrumento.
(B) meio; modo; finalidade.
(C) finalidade; causa; modo.
(D) modo; tempo; lugar.
(E) finalidade; modo; lugar.


Para ver a prova na íntegra: clique aqui

quinta-feira

Reeleição de Lula e "esquerdismo" no Vestibular

Vestibular do ABC cobra questões pró-PT. Segundo especialistas, prova da Universidade Federal do ABC faz propaganda para Lula. Em seu primeiro vestibular, a UFABC (Universidade Federal do ABC) apresentou textos com apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é a opinião de professores consultados pela Folha, que analisaram o exame aplicado no último domingo. "A prova é uma propaganda para o governo Lula", afirmou o professor de história da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Marco Antonio Villa. "No que diz respeito ao país, foram escolhidas apenas notícias positivas". "Pode ser um indício de controle ideológico do governo nos cursos", disse Villa. Assinantes do UOL podem ver a matéria completa clicando aqui. As questões trazidas pelo jornal, no entanto, não foram as únicas e não beneficiaram, digamos, ideologicamente, apenas ao PT, mas também à alguns de seus tentáculos. Vejam a seguinte questão, por exemplo:

Tendo como referências a manchete e o mapa apresentados, é possível afirmar que

(A) a agricultura brasileira ainda é praticada sem grandes investimentos, o que gera grande pobreza no campo.
(B) a falta de terras férteis dificulta o assentamento de pequenos agricultores que se tornam ociosos.
(C) o desemprego no campo é provocado pela pequena modernização, sobretudo das lavouras de subsistência.
(D) a presença das grandes propriedades nas regiões Norte eNordeste é fato recente, mas que tem provocado sérios problemas.
(E) a histórica concentração de terras é um dos principais fatores responsáveis pelos conflitos e mortes no campo.

No gabarito, a afirmação correta está alternativa “E”. Sabe-se, contudo, que a afirmação verdadeira está na letra “A”. Na letra “E” encontra-se apenas a justificativa para a “luta” do MST.

Não foi dessa vez

Lula vetou o FGTS para os domésticos. Para agradar a patrões e empregados, o governo manteve férias de 30 dias e proibiu desconto de diversas despesas. Ao sancionar desconto no IR da contribuição paga pelo patrão, governo anuncia envio de projeto recriando o FGTS, mas sem multa. Assinantes do UOL podem ver a matéria completa clicando aqui. Não foi dessa vez que os empregados domésticos vislumbraram a sua situação ser equiparada a de qualquer empregado. Lula sofreria um duro desgaste eleitoral entre as classes média e alta se não vetasse o FGTS. Para compensar o veto, o governo decidiu enviar um projeto de lei ao Congresso recriando a medida para empregados domésticos, mas como uma alteração: sem o direito à multa rescisória de 40% nas demissões sem justa causa. Não foi dessa vez.

Sanguessugas: esqueceram de quem está do outro lado do balcão?


A lista de envolvidos na máfia das sanguessugas pode chegar a 105 nomes. O vice-presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE) defende a divulgação de todos. Apenas 57 foram divulgados até agora. Trata-se da 2ª parcela, como já afirmava este blog. Para ver a matéria, clique aqui. Muitos colegas e não colegas, principalmente, tem feito uma certa histeria porque na primeira lista não há petistas envolvidos. Ora, em algum momento este blog insinuou envolvimento de parlamentares petistas no esquema? Os colegas esqueceram de que o PT está do outro lado do balcão? Ah, para constar apenas, há sim, na 2ª lista, parlamentares petistas.

PT vai "fiscalizar" blogueiros


Valter Pomar, Secretário do PT




Consta que o PT quer usar a internet para fazer campanha e combater o que chama de “guerra suja”. Para ver a matéria completa, clique aqui. Pode dar certo; o PT entende como nenhum outro o que significa “guerra suja”. Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do partido disse que a Internet pode fazer a diferença nas urnas. O petista também orienta a militância a usar a internet para combater a "guerra suja" que, segundo ele, deverá ser deflagrada pela oposição para desgastar a imagem do presidente Lula. Está enganado. O que desgasta a imagem do presidente Lula é o PT. O próprio presidente tem se distanciado dos símbolos do partido. "Neste período eleitoral há uma explosão de mensagens e textos [...] com informações falsas, acusações infundadas e por vezes também criminosas, contra os candidatos do PT e, particularmente, contra a candidatura Lula", disse. Eles sabem do que estão falando, conhecem das táticas apontadas como ninguém. O partido promete acionar seu departamento jurídico contra os que “sujarem” a campanha petista. Não sei se isso é possível, a verdade, somente, já fará um grande estrago na imagem do candidato; a do PT está para lá de desgastada. Este pequeno e insignificante blogueiro deve ficar preocupado?

Brasil reconhece terrorista como refugiado


O governo colombiano havia pedido a extradição de Antonio Cadena Colazzos, que é acusado de participar de atividades terroristas no país. Ao lado, um retrato da forma como as FARC luta pelo povo colombiano.


O Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, elevou o Sr. Antonio Cadena Colazzos (conhecido como "Padre Medina”, um narcoterrorista acusado de vários assassinatos) à condição de refugiado. Para ver a matéria completa clique aqui. Trata-se do Ministério de Márcio Thomaz Bastos, o homem que se diz preocupado com o crime organizado. A decisão vai contra os interesses do governo colombiano, que havia pedido a extradição do terrorista. As relações, portanto, do PT com essas facções tem se tornado cada vez mais explícitas e desavergonhadas. As FARC tem assento no Foro de São Paulo, que foi criado pelo PT de Lula para que as esquerdas do continente organizassem suas forças e atuassem em conjunto no continente americano.

quarta-feira

Para ver, ouvir e refletir

A imagem da semana

" Sermão e ações do anticristo" de Luca Signorelli

Ao fundo, uma paisagem vasta e desolada, dominada, na direita, por um edifício, clássico e a frente, em destaque, o falso profeta é mostrado disseminando as suas mentiras, espalhando sua mensagem de destruição. Reparem que ele tem as características de Cristo, mas é o demônio (atrás dele) que lhe diz o que pronunciar. Os povos em torno dele, claramente já corrompidos. Partindo da esquerda, nós temos uma descrição de um massacre brutal, seguida por uma mulher nova que vende seu corpo a um comerciante velho. O povo, ao redor do falso profeta, encontra-se em plena destruição. Também na política existem os falsos profetas. Ao mesmo tempo em que seduz com suas palavras, com suas promessas, puras miragens sociais, nos conduz para a perdição, miséria e destruição. É a imagem da semana.

Crescem chances de 2º turno


A última pesquisa do Datafolha sobre a corrida presidencial, divulgada nesta terça-feira, mostra que a vantagem entre Lula e os demais candidatos (somados) caiu. Isto significa que as chances de um possível 2º turno aumentaram. Em fevereiro a diferença era de 15,4%. Em março, caiu para 2,4 pontos percentuais. Em junho, a vantagem era de 9,6%, praticamente a mesma do mês anterior. Agora, Lula aparece com uma vantagem de apenas 3,6%. Além de uma inexpressiva queda na vantagem sobre o tucano Geraldo Alckmin, que é absorvida pela margem de erro da pesquisa, Lula perdeu terreno para a candidata do PSOL, Heloísa Helena. Em junho, a vantagem do presidente sobre ela era de 40%, agora, de 34%. A tendência do segundo turno está cada vez mais clara.

Heloísa Helena condena o socialismo

A lista de atos surpreendentes da senadora e candidata à presidência Heloísa Helena não pára de crescer. Ontem, ela condenou as formas de socialismo já adotadas no mundo. Disse ainda que aprendeu a ser socialista, ora vejam, na Bíblia. “Lá diz que ou se serve ao amor ou ao dinheiro". Para ver a matéria completa, clique aqui. Ela está errada, é claro. Não há na Bíblia qualquer ensinamento que leve o seu seguidor ao socialismo. Contudo, não deixa de ser interessante ver a mulher que entusiasma socialistas de todos os cantos deste Brasil varonil desqualificar todas as formas de socialismo “real” e ainda dizer que o socialismo que ela reconhece aprendeu na Bíblia. Coerência e coragem.

terça-feira

"Bomba" parcelada. Primeira lista dos investigados é divulgada

Divulgada 1ª lista de parlamentares investigados por suspeita de envolvimento em irregularidades com recursos destinados à compra de ambulâncias. A relação tem 56 deputados federais e um senador - Ney Suassuna, do PMDB-PB. Para ver, clique aqui. Outra lista poderá ser divulgada em breve. Além do Ministério da Saúde, há suspeita de envolvimento de outros ministérios. Vamos acompanhar.

Fuga da Realidade: petista nega depredação do Congresso



À esquerda, Bruno Maranhão, dirigente do PT, o homem que comandou a depredação do Congresso Nacional que deixou 41 feridos. À direita, imagens do vandalismo.


Na primeira entrevista depois que deixou a prisão, o líder do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), Bruno Maranhão, negou que o movimento tenha invadido e depredado a Câmara Federal em junho. Maranhão acusou a "direita" de deturpar a ocupação na Câmara e responsabilizou o que chamou de "quarteto golpista" por politizar o ato. Foi o comunista Aldo Rebelo que ordenou a prisão de todos. Disse ainda que não acha “que o Congresso foi quebrado”. Petista é mesmo tudo igual: diante do óbvio e do flagrante, a negação. Sobre a sua participação no processo eleitoral, afirmou: “não só vou apoiar [Lula], como serei um dos soldados da reeleição". Para ver a matéria completa, clique aqui. Cada palavra de Maranhão em defesa de Lula é um ponto para a oposição. Onde está o tucano Geraldo Alckmin?

Livres com a ajuda do Governo


O Ministério Público Federal denuncia interferência do governo federal na decisão judicial que libertou, no fim de semana, os 32 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) que permaneciam presos na Papuda. Detidos desde 6 de junho, depois dos ataques à Câmara, os manifestantes deixaram a prisão no sábado, beneficiados por medida da Justiça Federal, e responderão a processo em liberdade. O grupo é acusado pelo MPF de crime contra a segurança nacional, formação de quadrilha, lesão corporal e dano ao patrimônio público. Em nota divulgada ontem, a Procuradoria da República em Brasília afirmou causar “grande preocupação o fato de o governo federal haver interferido diretamente, por intermédio da Ouvidoria Agrária Nacional, órgão alheio à atuação processual penal da União”. De acordo com os representantes do MPF, a ouvidoria enviou documentos ao juiz do processo, providência não prevista no Código de Processo Penal. “A decisão, ademais, foi proferida com base também nesses documentos, aos quais o Ministério Público Federal não teve acesso”, acrescentou o comunicado. Assinantes do jornal Correio Braziliense podem ler a matéria completa clicando aqui.

A "bomba" vem? Depende do ministro do STF, Gilmar Mendes


O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que os nomes dos 57 parlamentares acusados de envolvimento no esquema de compra superfaturada de ambulâncias serão divulgados na tarde desta terça-feira. Os nomes não foram divulgados ainda, pois o processo corre em segredo de Justiça. Para ver a matéria completa, clique aqui. Recentemente, neste blog, escrevi que vinha bomba por aí. Vem, se o ministro Gilmar Mendes entender a necessidade da divulgação.

segunda-feira

MUITO BEM SENADORA!

Dias atrás, neste blog, dei minha opinião sobre a senadora Heloísa Helena. “Disse” que não concordava com muita coisa que ela diz, mas a admirava por sua coerência. Agora, “digo” que ela também surpreende pela inteligência. Não; ela não é uma intelectual. Alguns afirmam que um tanto de livros faria da senadora uma espécie de Marilena Chauí de Alagoas. Não creio. Marilena é desonesta e a senadora, não. Consta que ela foi convencida pelo comando de sua campanha a abrandar o discurso para não assustar o eleitor de classe média na corrida à Presidência da República. "São recomendações muito afetuosas que temos feito a ela", revela o deputado Chico Alencar, do Rio de Janeiro. "Temos que acertar o tom, mas sem perder a plumagem de guerreira", afirma. A suavidade nos discursos de Heloísa Helena começou pelo Senado. Em maio do ano passado, ao falar sobre taxas de juros, a senadora pregava o calote da dívida externa. Na sexta-feira 7, ao abordar novamente os juros da dívida, ela defendeu uma auditoria e as mudanças nos contratos, dentro do que diz a legislação. E teve mais recados. Como eterna crítica da "grande mídia", a senadora agradeceu o tratamento que tem recebido das emissoras de televisão na cobertura da campanha. A reportagem é da Revista ISTO É. Vejam que o comando da campanha do PSOL entendeu o recado e a senadora foi bastante receptiva. Um sinal grandioso de inteligência é a qualidade de revisitar nossas próprias posturas e os nossos comportamentos. Falta à senadora suavizar o tom de voz. A matéria sobre as recomendações da coordenação de campanha à senadora também pode ser lida no ex-blog do César Maia.

Movido a Voto

Mais uma de nosso senador. Mercadante é realmente uma figura interessante. Em termos psicanalíticos só perde para o mentor Lula. É um ser tão complexo que qualquer tentativa de decifrá-lo resulta em fracasso. Recentemente, numa de suas andanças por São Paulo, desfilou ao lado do mensaleiro João Paulo Cunha (PT). Para ele, não havia qualquer problema. Há, sabe-se. Não é este o ponto, porém. Se a questão fosse uma orientação, va lá, um entendimento de que tudo vale em prol do partido, então como explicar que ao participar ontem de uma missa em Jacareí, onde dividiu o palco com a deputada federal da "dança da pizza", Angela Guadagnin (PT), o senador a tenha evitado a todo custo? Para ler a matéria, clique aqui. Quer dizer que mensaleiro que comete ílicito pode, mas deputa que, apesar de ferir o decoro, não comete crime não pode? Não é para entender, mas constatar. Voto.

Israel, terrorismo, direito a existência e dever moral


"Construindo a ponte do diabo" de Karl Blechen.
A não distinção entre armamanto de ataque e dissuasão: a ponte que falta para a disseminação do terrorismo


Tenho recebido muitas críticas quanto as minhas posições no conflito armado que foi estabelecido por grupos terroristas no Oriente Médio. Algumas são deselegantes, para não dizer outra coisa. A maioria, porém, é cordial. Sim, é verdade que as ofensivas israelenses tem atingido alvos civis. Sim, é verdade que Israel possui uma potência bélica muito superior à dos seus inimigos. Não é verdade, porém, que Israel esteja promovendo o mesmo mal de que foram vítimas os judeus. Vejamos o caso do Irã. Ora, para que processar urânio se o país é, talvez, o mais bem servido em energia orgânica, vale dizer petróleo? Se por um lado, os USA vivem lado a lado com a escassez de energia, por outro, o Irã goza de abundante oferta energética. O que quer o Irã, então? Quer é armamento atômico. Numa passeata diante do Consulado de Israel em Nova Iorque a Sociedade dos Intelectuais do Pensamento Islâmico, externou palavras de ordem, entre as quais: “a nuvem de cogumelo está a caminho", numa clara referência ao lançamento de uma bomba nuclear, que onde cai faz levantar uma nuvem em formato de cogumelo. Isto quer simplesmente dizer que o Islã vai destruir Israel com bombas nucleares. O Presidente do Irã, Ahmedinejad, já havia falado em varrer Israel do mapa, em Israel virar cogumelo de poeira, enquanto prepara seus artefatos nucleares, num contencioso com o mundo ocidental, para ver a matéria clique aqui. É claro que, sob o ponto de vista do meu direito à vida (entenda-se aqui o de toda a humanidade), a nenhum país é dado o direito de possuir, entendo, uma arma capaz de por fim a vida na Terra. Contudo, dadas as circunstâncias da realidade, que não estão aí para serem ignoradas, não me parece sensato, a pretexto de condenar os USA (ou Israel) por deter armamentos atômicos, defender o direito de países governados por ditaduras fanático-religiosas, por líderes que ameaçam varrer Israel do mapa e que negam a existência do holocausto como forma de expressar seu ódio ao ocidente, de também as possuir. Pergunta-se: 'Se Israel, e tantos outros, pode ter a bomba nuclear, por que o Irã não pode? Porque Israel, sem ela, já teria sido varrida do mapa, como bem disse Ahmedinejad, e o Irã a quer para justamente varrer Israel do mapa. É a diferença entre armamento de ataque e de dissuasão (ver reportagem disponibilizada no link acima). Quem ignora a distinção faz a defesa objetiva do terrorismo nuclear. Mas fugi do assunto. Israel está sendo alvo de terrorismo covarde. Terrorismo este estimulado e financiado pelo Irã, clique aqui e aqui para ver. Ora, há negociação possível com terroristas? Não fossem as posições firmes de Israel em não negociar, já teria sido varrida do mapa. Sobre as mortes de civis, bem, eis o jogo predileto do terror. Eles os usam (os civis) como escudos humanos, fazem deles estatísticas para serem usadas contra aquele que, no final das contas, está apenas se defendendo. Ora, o que é o Hamas? Um grupo terrorista que chegou ao governo da Autoridade Nacional Palestina. O que é o Hizbollah? Um grupo terrorista cujos líderes integram o gabinete do governo libanês. Foram os mesmos grupos que seqüestraram os soldados israelenses que nem sequer estavam em serviço e como resgate pediram a libertação de centenas de terroristas presos por Israel. Os grupos terroristas seguem um plano. O ocidente parece ignorá-lo. A satisfação dele é o fim de Israel. Qualquer um tem o direito de lutar pela sua sobrevivência e o dever moral de fazê-lo. Israel deve, por isso, prosseguir com as ofensivas. Aceito, contudo, quem pense diferente.

domingo

As muitas faces de um candidato em: Aloizio Mercadante.


"O sono da razão produz monstros" de Goya.
O Discurso progressista e pretensamente humanista
que faz dos criminosos vítimas e das vítimas criminosos
segue imperando e, como se vê, produzindo monstros.

O candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, aquele que como solução para os problemas das penitenciárias paulistas aponta o dinheirinho na poupança dos presos, agora, faz elogios ao atual governador do Estado de São Paulo Cláudio Lembo (PFL). Para ler a matéria publicado no jornal O Estado de S.Paulo de hoje, clique aqui. Foi o governador que, recentemente, ao ser indagado sobre o comportamento de Lula diante dos mais recentes ataques atribuídos à facção criminosa PCC, disse que o presidente está “desequilibrado” e faz uso eleitoral da crise. O elogio, por assim dizer, endossaria as palavras do governador. Não é verdade; não ao menos segundo os propósitos do senador que deu uma rasteira em São Paulo e que agora almeja o Palácio dos Bandeirantes. Mercadante circula com mensaleiros pelas ruas de São Paulo sem nenhum constrangimento. Aliás, segundo Garcia, o único constrangimento do partido é não ter votos. Faz sentido. A aparente confusão moral e ética do petista é resolvida com a afirmação da realidade: não há ética nenhuma quando a fonte propulsora do partido é a “arrecadação de votos”. Todas as energias do partido estão focadas neste fim: seja para angariar votos entre os eleitores, seja para conquistar a maioria no congresso, tudo é permitido: desde o mensalão até cumprimentar manequim de loja. Nesse contexto é que se enquadram os recentes elogios dispensados pelo candidato ao governador.

sábado

O que eles querem?


O que querem aqueles que controlam o PCC? Façamos a pergunta elementar dos investigadores de polícia: quem ganha com essas mortes aleatórias de policiais, que fazem lembrar os métodos da SS nazista? Qual é o alvo principal das arruaças criminosas, que certamente não é a pessoa dos mortos? Com essas perguntas na cabeça é que decidi escrever este artigo.
Não posso acreditar que homens aprisionados, sob o jugo do regime disciplinar diferenciado, venham a ter poder de mobilização maior fora das prisões e mesmo dentro delas. Fere a minha inteligência aceitar uma hipótese desta. Creio que o poder real que é atribuído a esses atores está fora das grades e seus detentores dispõem de conhecimentos superiores, seja de organização, seja de operações militares, pois o que está em curso é uma guerra de guerrilha contra o poder constituído no estado de São Paulo. Se, de fato, a polícia acredita que os comandantes dos atentados são os prisioneiros devo dizer que estão enganados.
Encurtando a prosa: o verdadeiro alvo desses atos de violência é a candidatura de José Serra ao governo do estado de São Paulo. Se os analistas já dão como favas contadas a derrota de Geraldo Alckmin, algo que ainda pode mudar, assim espero, também não duvidam em prever a vitória do candidato do PSDB ao governo de São Paulo. A única maneira de dar chance a seu adversário, o candidato do PT, é esse esforço desesperado de destruir a segurança pública, pondo em pânico toda a população do estado e ligando a desordem estabelecida ao candidato da situação.
Vale o antigo bordão: é elementar. Basta que se juntem os pontos que a figura da estrela vermelha de cinco pontas fica formada em sua inteireza. Penso que é tão óbvio o que se passa que as pessoas resistem em chegar às conclusões.
Recordemos alguns fatos. O partido de Lula foi acusado de receber dinheiro sujo para a campanha eleitoral de várias fontes: do mensalão de Marcos Valério, das FARC, de Cuba, de Chávez. Não sei se algo foi comprovado ou não, mas as acusações tiveram ampla cobertura da imprensa. Também vimos que personalidades do partido estão arroladas nos processos de apuração das mortes de Celso Daniel e de Toninho do PT, antigo prefeito de Campinas. Então, sabemos que escrúpulo não é uma virtude que a cúpula do PT possa ostentar. Não tem nenhum.
De outra parte, apenas o estado de São Paulo tem sido objeto desse surto terrorista, acompanhado da sedição das populações encarceradas. E os alvos são sempre autoridades estaduais, jamais as federais. Um viés notável que não escapa ao observador atento.
Certamente esse conjunto de acontecimentos já foi devidamente filmado e editado para ser utilizado na campanha eleitoral contra José Serra. Talvez já tenham material bastante, talvez não. Não tenho certeza de que os estrategistas desse plano nefando terão sucesso, podendo até reverter em bumerangue contra eles, na medida em que as ações policiais têm sido duríssimas e a vida daqueles que ousam enfrentar as autoridades de armas em punho tem sido curta. É de se perguntar se o estoque de guerrilheiros suicidas, os bandidos que assassinam policiais, já não se está esgotando, mas o fato é que a população paulista tem apoiado o uso continuado da força pela polícia na contenção dos malfeitores. A patota petista ligada à chamada causa dos direitos humanos não ousou levantar a voz porque não há ouvidos para ouvir. Os paulistas anseiam pelo restabelecimento da ordem. A ROTA está nas ruas como há muito eu não via.
A conclusão se impõe: só há um ganhador com todo esse processo. Não preciso dizer o nome, todos já sabem quem é. O que eles querem? Simples: ganhar as eleições em São Paulo.
José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP.

A arte de recitar a corrupção do governo Lula

Máfia das Sanguessugas: Vem Bomba por aí




Vem "Bomba" por aí. Não; não se trata do conflito no Oriente Médio. Por lá, Israel deve prosseguir na ofensiva, tem o direito e o dever moral de fazê-lo. Por aqui, trata-se da máfia das sanguessugas. Vedoin, o negociante, tem feito revelações bombásticas. Seu arsenal é grande o suficiente para envolver, mais uma vez, ministros do governo Lula, entre os quais: o da educação, da saúde e da comunicação. Diferentemente dos aliados do governo, o homem tem memória de elefante, sabe muito bem o que aconteceu e não ficará calado. A coisa toda continua em sigilo. Não ficará assim por muito mais tempo. Podem acreditar, vem "Bomba" por aí.

"Gin Lane" de William Hogarth

Pobreza, miséria e a aflição. Com Lula, eis o futuro que nos espera. O governo fanfarrão, incompetente assemelha-se muito com as duas principais figuras na cena acima: um vendedor de bebidas, que mais bebeu do que fez negócios e, principalmente, a mulher, com os peitos expostos e a sorrrir explicitamente, larga a sua criança, que cai sobre os trilhos do pavimento abaixo. O deleite que é seguido pela irresponsabilidade e a morte.

Heloísa Helena: errada, mas coerente


Eu já havia demonstrado surpresa com as posições defendidas pela senadora, por exemplo, quanto ao aborto. Ela é contra. Não caiu, como se vê, na lorota defendida pela esquerda festiva fiadora do feminismo mundial. A senadora demonstra, cada vez mais, ser a senhora de suas próprias convicções. Eu não concordo com ela em muitas coisas, mas inegável sua honestidade intelectual. Deve crescer nas pesquisas. Para isso, contudo, deve ser cuidadosa com a forma como se expressa. Na TV, como bem observou César Maia, tem sido um tanto quanto agressiva, o tom de voz muito alto, na TV, passa arrogância, e isso pode afugentar possíveis eleitores. HH terá pouco tempo para transmitir suas idéias no horário eleitoral, aliás, pouco tempo é uma ofensa, ela praticamente não terá espaço. Deve, por isso, aproveitar ao máximo aquela "agenda dos candidatos" do Jornal Nacional da Rede Globo. Se não ficar brigando com os microfones, dialogará com maior credibilidade com o público.

Alô, oposições: na batalha, é preciso distinguir-se dos inimigos

A batalha de Alexander de Albrecht Altdorfer

Mercadante e o "cofrinho"


Enquanto pede a cabeça do secretário de segurança pública do Estado de São Paulo, Saulo Castro de Abreu Filho, o candidato petista ao governo do Estado de São Paulo segue firme na defesa do que chama de plano de segurança para São Paulo. Trata-se de dar aos "coitadinhos" (=bandidos) uma poupança. Isso mesmo, o candidato que desaprova a política de segurança pública dos tucanos, mas que se cala quanto aos bandidos, concorda com Marcola: é preciso aliviar para os bandidos. O senador que deu uma rasteira nos paulistas promete implementar a política dos "cofrinhos" no sistema penitenciário paulista. É um humanistóide, com certeza.

sexta-feira

Para ministério, Força Nacional de Segurança não evita ataque


Reportagem da Folha de São Paulo desta sexta-feira confirma o que vinha sendo “dito” por este blog há semanas: a tal “ajudinha” de Lula em nada poderia colaborar. “A situação vivida por São Paulo não exige a participação da Força Nacional de Segurança Pública, nem sua presença conseguiria evitar novos atentados ou apresentar mais resultados do que a própria Polícia Militar paulista. Essa é a avaliação interna do Ministério da Justiça, apesar do discurso oficial de que a FNS está disponível para o Estado”, é o que diz a reportagem, que pode ser lida clicando aqui.

A avaliação interna, e técnica, não seria necessária para constatar tal obviedade. Desde sempre, essa inexistente “Força Nacional” é tão somente um agrupamento de policiais oriundos de diversos estados para servir de peça publicitária. Ela é sacada pelo governo federal toda vez que uma crise na segurança pública eclode em alguma parte do território nacional. No caso de São Paulo, Lula e o advogado do PT usaram e abusaram do recurso para se descolarem da crise. Pelo que se vê nas pesquisas, ainda bem, não lograram êxito. Em sua página na Internet, denominada “Conversa Afiada”, mas que não passa de conversa fiada, Paulo Henrique Amorim promoveu uma verdadeira campanha contra a recusa do governador Cláudio Lembo a oferta do governo federal. Claro que o fez naquele seu estilo descontraído, humorado e típico de bom moço. Será que voltará a tocar no assunto, explicitando que o próprio Ministério da Justiça reconhece que a tal FNS em nada poderia ajudar São Paulo? Creio que não.

quinta-feira

Reportagem da Folha de S. Paulo ratifica opinião deste Blog

Não é uma novidade, mas notícias não têm que ser obrigatoriamente uma novidade. Reportagem da Folha de São Paulo desta quinta feira confirma o que eu vinha publicando há muito tempo sobre os recursos do FNS e do FP. Para ver a matéria clique aqui.

PT, PCC, PSDB e escolhas


Um colega me dizia que o PSDB é o culpado por tudo o que estava acontecendo em São Paulo. Disse que ele tinha razão. Ora, qual é o alvo indireto (já que sabemos que os diretos são as bases da polícia militar, bancos, supermercados, ônibus etc) dos ataques? A resposta pode ser encontrada se solucionarmos uma outra questão: qual o estímulo ou a razão para os ataques? A polícia paulista trabalha com duas hipóteses: a) uma represália à prisão de um dos líderes do PCC ou b) uma resposta à suposta lista de 40 bandidos ligados ao PCC que poderiam ser transferidos para o Paraná. No que diz respeito a lista, não vejo a menor possibilidade, já que ela foi publicada pela mídia depois dos ataques terem iniciado. No que diz respeito à prisão, também não vejo uma razão fundamental. Quando o principal líder da facção criminosa denominada PCC foi preso, não houve manifestações desse tipo, nem sequer rebeliões. Por outro lado, não é tese, mas fato, que o governo do PSDB aumentou muito o combate ao crime organizado. Não o desmantelou, é verdade, mas também é verdade que jamais o faria sem o apoio do governo federal, ao qual incumbe a repressão e prevenção do tráfico de entorpecentes e contrabando de armas, a defesa e fiscalização de fronteiras etc. São Paulo tem a maior população carcerária do país, cerca de 50% do total. Em 1995, eram 55 mil presos, hoje, cerca de 130 mil. A população de presos mais que dobrou. Os seqüestros, outra importante fonte de recursos do crime organizado, despencaram e, dificilmente, a competente polícia paulista deixa de resolver os casos desse tipo. São Paulo também tem a maior e mais bem preparada polícia do país. São cerca de 100 mil homens. Não é bem paga, é verdade, porém, não se nega sua qualidade, eficácia e efetividade. Não nos esqueçamos do RDD – Regime Disciplinar Diferenciado, que começou nas penitenciárias de São Paulo e vem se transformando em regime nacional. Não são poucos, portanto, os motivos para o crime organizado querer interferir nas disputas eleitorais deste ano. Ora, não foi exatamente isso o que aconteceu na Espanha? Alguns leitores têm criticado o que chamam de “defesa daqueles que não foram competentes para impedir os ataques”. Não vejo sob esse prisma. Em qualquer lugar do mundo seria difícil impedir ataques esporádicos em território tão amplo. De qualquer maneira, ainda que fosse assim, Lula é o criador do PT do mensalão, do PT das Sanguessugas, do PT de Delúbio Soares, do PT de Silvio Pereira, do PT de Marcos Valério, do PT de Bruno Maranhã, do PT do MLST e do MST, do PT de Santo André, do PT das testemunhas e demais envolvidos no caso Celso Daniel, do PT de Jilmar Tatto (foto acima), o ex-secretário de transportes de São Paulo, da gestão Marta Suplicy, que responde a inquérito policial por fazer infiltrar nas cooperativas paulistas de perueiros o PCC de Marcola. O crime organizado quer interferir nas eleições e está clara para os brasileiros qual sigla partidária ele não quer no Palácio do Planalto. Minha escolha ficou mais fácil: escolha o lado oposto ao defendido pela bandidagem.

quarta-feira

Segurança Pública. Dados e Fatos


DESÍDIA FEDERAL- Levantamento feito no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) mostra que, entre 2002 e 2005, os investimentos do Orçamento Geral da União em segurança pública, corrigidos pelo IGP-DI, caíram 44%. O caso de São Paulo é escandaloso.
DE COSTAS PARA SÃO PAULO- A União virou as costas ao Estado e cortou os repasses em 87% – de R$ 223,2 milhões recebidos em 2002 para R$ 29,6 milhões no ano passado. O investimento per capita federal no Estado, com base em quatro programas (Fundo Nacional de Segurança Pública, Fundo Penitenciário, ações da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal), que era de R$ 6,67, passou para R$ 0,81 no ano passado. Isso mesmo, 81 centavos de real.
LÊNIN DO CAMBUCI- Na crise de maio, o governo Lula ofereceu o serviço da Inteligência Federal. O mesmo Siafi mostra a precariedade dos investimentos na área: os investimentos foram cortados em 66%. Dos anos 90 para cá, as quadrilhas criminosas cresceram em organização, capacidade econômica e infiltração nos Poderes constituídos, mas o programa intitulado “Combate à Criminalidade” teve o orçamento ceifado em 70% – R$ 12,2 milhões pagos, contra uma autorização de R$ 40,8 milhões. A segurança pública nas rodovias federais perdeu 90%. Eis por que Marcola, o Lênin do Cambuci, sabia direitinho “o que fazer”.
VERBAS MISERÁVEIS - São Paulo, com a maior população carcerária do país (140 mil presos), recebeu R$ 136,6 milhões do Fundo Penitenciário em 2001; no ano passado, miseráveis R$ 4,6 milhões. O Fundo Nacional de Segurança Pública despencou de R$ 134 milhões em 2002 para R$ 22,5 milhões.
ESTADO INVESTIU - São Paulo foi uma das poucas unidades da federação que, de 2001 para cá, aumentou em 70% o orçamento da segurança. Logo depois das rebeliões de 2001, o Estado executou um orçamento de investimentos de R$ 128 milhões, maior do que o autorizado: R$ 103 milhões. Em 2003 e 2004, houve uma baixa na execução – 30% e 60%, respectivamente –, mas, em 2005, aplicaram-se integralmente os R$ 145 milhões autorizados pela Assembléia. O policiamento preventivo, feito pela Polícia Militar, recebeu R$ 17 bilhões, mais da metade (58%) do total do orçamento de custeio e investimento executado entre 2001 e 2005: cerca de R$ 29 bilhões. O crime caiu no Estado.
VIOLÊNCIA EM QUEDA - Em 2003, ao lançar o “Mapa da Violência de São Paulo”, a Unesco (organização das Nações Unidas para a educação e a cultura) provava, com números, que alguma coisa estava mudando: “É com grande satisfação que apresentamos o estudo de uma pesquisa que, pela primeira vez nos últimos anos, evidencia a queda sustentada nos índices de violência de um Estado brasileiro, especialmente porque o declínio dos índices paulistas é um fenômeno raro no Brasil. Na grande maioria dos outros Estados e das capitais, os índices continuam a crescer em ritmo preocupante”. Os números provam o que a Unesco percebeu:Homicídios dolosos no EstadoNo primeiro trimestre de 1996, houve 2.704 casos; no primeiro trimestre deste ano, 1.551Extorsão com seqüestroNo primeiro trimestre de 2002, houve 110 casos; no primeiro trimestre deste ano, 28LatrocíniosNo primeiro trimestre de 2002, houve 145 casos; no primeiro trimestre deste ano, 88.
IMPUNIDADE - Sob o pretexto de praticar humanismo, o que se vê é um discurso da crueldade encharcado pela piedade hipócrita. Experiências como o Tolerância Zero, de Nova York, demonstram que a impunidade, esta, sim, é o grande combustível da violência e do crime organizado. O país vive um momento particular em que o aviltamento dos Três Poderes da República concorrem para que se viva numa terra sem lei. Os homens públicos, em qualquer nação, carregam a força do exemplo. A impunidade nas sociedades – e, portanto, o crime – será tanto maior quanto mais impunes forem seus mandatários. Se vocês notarem bem, a crise que vive a segurança pública é diretamente proporcional à crise ética que toma conta do Brasil.
MUSIL - e ainda havia uma graça, que era da nossa natueza. Uma paródia de Musil logo na abertura: "A humanidade faz Bíblias e armas; hospeda a tuberculose e cria a tuberculina; transforma mosteiros em casernas e, nestas, põe capelães militares; dá armas aos bandidos e cobertores macios às vítimas. Em maio, esse equilíbrio se rompeu nas ruas, nos presídios e nos lares de São Paulo. Não era uma catástrofe natural. O crime organizado se juntava ao Estado sem ordem e fazia refém o homem comum. Era um crime político, feito de muitas vítimas e nenhum culpado. "
Texto retirado do Blog do Reinaldo Azevedo

Um leitor anônimo, um leitor que pensa


"A degradação cultural e moral está se manifestando de forma particularmente perversa no Brasil. Uma de suas conseqüências é a inversão de valores, a incapacidade de distinguir o certo do errado. Outras são: o nivelamento por baixo, o fascínio com a transgressão, o desprezo por qualquer forma mais elevada de arte e cultura e o desrespeito com as normas básicas daquilo que é chamado de civilização. O processo brasileiro de decomposição não tem parado de se ampliar, pois fermento e catalisadores vêm sendo jogados no caldeirão ininterruptamente, em adição aos ingredientes principais: a inoperância do judiciário, a corrupção do legislativo e, agora também, a anomia do executivo. A juventude que, no passado - com percepções políticas corretas ou incorretas, mas certamente com motivações idealistas - utilizou sua energia para lutar por um país melhor, está acéfala, muda e resignada (embevecida com as drogas?, ou com o último lançamento da moda?). A partir de 11 de maio, com o reforço dos incidentes de 12 de julho em S.Paulo, já temos a nossa Noite de Cristal, incitada por Marcola (como fez Goebbels na Alemanha). Temos também as nossas tropas de assalto – as SA, lideradas por Maranhão e Stedile (como fez Röhm). E também a crescente satanização da elite “branca”, vocalizada por políticos e intelectuais de esquerda (e também de direita, como Lembo), jogando a culpa da desigualdade e do crime “naqueles que há décadas espoliam o povo e lhe subtraem o direito a uma vida melhor”. No comando deste espetáculo grotesco, apesar de nunca ver ou saber o que se passa, o grande sábio de Garanhuns, aquele que descobriu o novo Brasil, inventou a energia hidroelétrica no Palácio da Alvorada, garantiu três refeições por dia para cada brasileiro e aprimorou o serviço de saúde no Brasil a ponto de deixá-lo à beira da perfeição. E fez, como ainda fará, tantas outras maravilhas, que em quatro novos anos – se os inimigos do povo não o impedirem – transformará o país no objeto do mais delirante sonho de grandeza, justiça social, desenvolvimento e respeitabilidade internacional.Para realizar este projeto grandioso, a eminência de Garanhuns contará, como já contou, com uma equipe composta pela mais fina nata do saber técnico e político: deputados classificados como quadrilheiros, ex-ministros afastados por improbidade administrativa, mensaleiros e oportunistas de plantão, compadres, companheiros, intelectuais da USP, advogados renomados por encontrar brechas nas leis, ex-terroristas absolvidos e indenizados por seus deslizes nos anos de chumbo e outros luminares especializados em garantir um influxo constante e crescente de receitas “não contabilizadas” para o partido do governo.O que esperar num ambiente desses? Para que encorajar os jovens a serem corretos e honestos, se por aqui prevalece o golpe e a esperteza. Para que estimular as pessoas ao hábito da leitura, se o exemplo que vem de cima é o do vitorioso semi-analfabeto e inculto. Para que insistir na importância da verdade, se os que comandam o país mentem despudoradamente e sistematicamente e todos fingem neles acreditar?Será que a epopéia irá terminar como o conto de Isaac Bashevis Singer, O Cavalheiro de Cracóvia (47 Contos, Cia. Das Letras): “Uma nova cidade surgiu. Os velhos morreram, os túmulos do cemitério se desmancharam e os monumentos aos poucos afundaram. Mas a história, assinada por testemunhas fidedignas, ainda pode ser lida no pergaminho da crônica”.

Lula, que dorme há três anos e meio, diz que São Paulo precisa acordar

"El demagogo" de José Clemente Orozco

Durante uma coletiva de imprensa em Salvador (BA), o presidente Lula disse que “os bandidos estão aterrorizando São Paulo e nós temos que tomar uma atitude." Para ver clique aqui. Lula não disse qual. Disse ainda que São Paulo precisa "acordar para a crise". Para ver clique aqui. Pelo que consta, o presidente está irritado por conta da recusa do governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), em aceitar a ajuda das forças federais para conter a onda de violência no Estado. Embora o governo do Estado já tenha deixado claro que a “ajudinha” não é necessária, o advogado do PT, Marcio T. Bastos, insiste na oferta. Durante três anos e meio, Lula renunciou a segurança pública e essa afirmação não é minha, mas do ex-secretário nacional de segurança pública, Luis Eduardo Soares, criador do plano de segurança do governo Lula. Durante a sua brilhante gestão, Lula contigenciou verbas e praticamente cortou os repasses do Fundo Penitenciário, criado pelo governo anterior. Em 2005, repassou-se a São Paulo um sétimo das verbas que foram repassadas, por exemplo, em 2002: R$ 29,6 milhões contra R$ 223,2 milhões. Também não entregou as 5 penitenciárias de segurança máxima e tão pouco criou o SUSP. Prosseguindo com o estilo demagógico, Lula inventou a tal Força de Segurança Nacional, que nada mais é que a reunião de policiais dos mais variados Estados. Chamada a “ajudar” a polícia do Espírito Santo, precisou, ora vejam, de coturnos e coletes emprestados da polícia paulista. Seria trágico vermos policiais do Piauí patrulhando a avenida São João com a Ipiranga. No que diz respeito à polícia, São Paulo tem o maior efetivo do país, cerca de 100 mil homens. Que diferença faria mais 200? Principalmente quando eles não conhecem a geografia do Estado? Boa parte da mídia, porém, insiste em tratar a tal força como uma solução teimosamente recusada pelo governador. O Cel José Vicente da Silva Filho a chamou de ficção. Na verdade, é mais uma peça de publicidade do governo federal. Lula disse que São Paulo precisa acordar para a crise. É o mesmo homem que disse não saber de nada quanto aos escândalos de corrupção do seu governo, do seu partido. É o mesmo homem que para perceber o estado de calamidade das estradas federais precisou de um “toque” da esposa Marisa. O homem que disse que São Paulo precisa acordar, está dormindo há três anos e meio.

segunda-feira

Um colega concorda com a "Poupança" para os detentos


Um colega discordou dos meus comentários sobre as propostas do candidato petista ao governo do Estado de São Paulo. Seus comentários estão logo abaixo, em itálico, seguido dos meus.

"Jura que vc discorda do que o Mercadante disse?Por isso que o Lembo declarou que a elite branca "má",da qual vc claramente faz parte,tem que abrir a bolsa e dividir.Do contrário,caro colega, a situação só piorará.O que o Serra falou procede,mas a premissa está no que o Mercadante disse.Se vc deixa o cara como um animal lá dentro,uma hora ele vai sair.Ai,encontra um "alemãozinho bonitnho estudante do Mackenzie",o rouba e o mata sem dó.Mesmo que vc tenha a polícia equipada que o Serra propõe ao seu dispor,não terá tempo de se defender.Será possível que vc não consiga enxergar isto?Outra coisa,vc não pode generalizar dizendo que "bandido é bandido"...E coisas do tipo.Há inúmeras situações que levam uma pessoa a cometer um crime.A principal é a desigualdade,pois enquanto vc estuda no Mackenzie,viaja nos finais de semana,outros não tem sequer o que comer!Já sei:vc é um sujeito que sempre estudou,se esforçou e por isso deve ser recompensado com sucesso,dinheiro ect..Acontece que você teve oportunidade!A maior parte da população não!Uns se conformam,outros não!Por isso,aproveite bem as coisas que vc dispõe,as oportunidades que vc tem,pq mais hora menos hora,um destes caras que vc vê como lixo,estará na sua frente,empunhando uma arma.Vc não terá nem a mamãe,nem o papai ,nem o José Serra e sua tropa armada até os dentes por perto.Ai meu amigo,ele trasnformará toda a raiva que vc sente por ele em sangue...Vc o queria amontoado num lugar horroroso pq um dia ele teve que roubar,ele quer sua alma! Deseje ao próximo, o que quer que ele deseje a você!Por isso,devemos lutar pela igualdade!Pelo amor!Só assim,poderemos ter uma sociedade harmoniosa.Só assim,poderemos todos viver em paz!"

Sim, discordo da solução apontado pelo candidato. O problema é outro. A afirmação do governador, além de racista, é uma bobagem sem tamanho e procura transferir às vítimas a culpa pela delinqüência. Detalhe: não é a elite quem mais sofre com a violência, mas os pobres, que não podem pagar por segurança. O que Serra disse é totalmente diferente do que falou Mercadante, mas não deixa de ser interessante você dizer que as conclusões a que chegou o candidato tucano passam por premissas lançadas pelo petista. Na prática, Mercadante teria sido mais profundo porque disse pouco e de forma mais abrangente. Não concordo com generalizações. Você disse que o aumento da desigualdade está relacionado com o aumento do crime e eu digo que o aumento do crime provoca ainda mais desigualdade. Ademais, a impunidade é a grande vilã desta velha crise da segurança pública no país, mas fugi do assunto porque não estamos falando do que gera o crime, mas das constantes rebeliões promovidas em São Paulo a pedido do PCC, do terrorismo que promove a organização criminosa. Quem fizer uma retrospectiva das pautas das reivindicações dos detentos irá observar que elas estão longe de denunciar um tratamento desumano nos presídios. Em 2001, por exemplo, chegou-se à insurgência por causa da obrigatoriedade do uso de uniformes. A verdade é que não há uma pauta de reivindicações. Quando muito se denuncia uma suposta repressão, mas nada há de concreto. Quanto à pobreza gerar crime, mais uma vez saindo do assunto, discordo e ainda aponto o preconceito da expressão: a impunidade entre os criminosos lá de cima é ainda maior no Brasil. Polícia bem equipada é uma obrigação administrativa. Eu quero é punição para aqueles que destruírem as penitenciárias, para aqueles que portarem celulares, para aqueles que desafiarem as autoridades públicas promovendo o terrorismo urbano e colocando a sociedade em permanente estado de pânico. Sempre que se fala em crime e criminosos, somos induzidos pelos sociólogos basbaques a ver os coitadinhos como vítimas e a nós mesmos como culpados. Ora, não visto mesmo a carapuça. Não sinto raiva de ninguém. Não saio por aí destruindo nada e nem matando pais de família. O incrível é que você diz que a suposta raiva que eu sinto por ele, o desfavorecido, será transformada por ele em sangue. Eu, o cidadão raivoso, serei morto e o meu assassino, o injustiçado, será recompensado com comida e medicação gratuita, curso profissionalizante, emprego garantido e dinheirinho na poupança. Em pouco tempo veremos a formação de um novo movimento: MSP – o movimento dos sem presídios. Não sou a favor de que os presos sejam tratados com indignidade, se é o que você pensa, mas não posso aceitar que a resposta à impunidade reinante seja dada nestes termos propostos pelo candidato petista. Sou a favor da paz e não foi outra coisa que escrevi aqui.

domingo

Mercadante propõe “Poupança” para resolver o problema da segurança.


Na folha de São Paulo deste domingo os dois candidatos ao governo do Estado de São Paulo melhor colocados nas pesquisas falaram sobre os seus planos de governo para a área de segurança pública, notadamente no que diz respeito às políticas para a administração penitenciária. Para ler as matérias clique aqui e aqui.

O candidato do PT, Mercadante, além de propor melhorar a alimentação dos presos (os coitadinhos estão muito fracos, suponho) e intensificar a distribuição de remédios, falou em dar um melhor suporte aos agentes penitenciários, mas não deixou claro sobre o tipo de suporte a que se referia. O candidato promete, ainda, fazer com que “todos os presídios sejam industriais, com cursos profissionalizantes”, e ainda estabelecer a formação de poupança para os detentos. A lógica do senador que deu uma rasteira nos paulistanos é a seguinte: cometeu crime?, tratamento de saúde gratuito, comida boa, emprego garantido e dinheirinho na poupança. O candidato José Serra, do PSDB, também falou sobre seu plano de governo para a área. Além de defender a realocação de presos segundo o grau de periculosidade, fomento dos já existentes centros de ressocialiazação e centros de detenção provisória, o candidato tocou no centro nervoso do problema: a legislação. Falou sobre a necessidade de se aprovar uma legislação que puna o preso que participe de motim ou use celular. Também cobrou a necessidade de o governo federal assumir sua responsabilidade no combate ao crime organizado. Sobre os agentes penitenciários falou sobre a necessidade de “fornecer coletes à prova de bala, armas, mais treinamento, proteção nos lugares mais críticos, inclusive no transporte”. Serra lembrou que "por lei federal, de 2003, foi reduzido para 360 dias o período de internação do preso sob o regime de segurança máxima", e que a mesma lei retirou da autoridade penitenciária a competência para decidir sobre prisão em regime especial: "A internação do principal líder do PCC havia sido pedida em janeiro e até maio a autorização judicial não tinha sido dada". A dimensão da culpa da legislação federal para a crise de segurança ficou clara quando disse “no Brasil, nada acontece ao preso que participar de motins; nos EUA, o preso pode ser obrigado a cumprir toda a sentença em RDD. Não é crime, no Brasil, presos usarem celulares. No Texas, pode aumentar a reclusão em até dez anos". "No Brasil, prende-se em excesso e afrouxa-se em excesso com o crime organizado, devido, em grande parte, à legislação”. Fica cada vez mais claro que o eleitor deverá decidir entre o trololó sociológico e as medidas firmes e duras na execução das penas.

sábado

López Obrador descarta aliança com Calderón e o acusa de fraude


"O esquerdista Andrés Manuel López Obrador descartou hoje participar de um eventual Governo de coalizão proposto por seu rival, Felipe Calderón, e acusou as autoridades mexicanas de terem cometido "fraude" nas eleições presidenciais". Para ver a matéria completa clique aqui

Nada mais previsível. Terminada a apuração dos votos que sagrou Calderón vencedor, o candidato esquerdista, López Obrador, iniciou a sua campanha para derrubar a já delicada democracia mexicana. Como faz todo esquerdista cara de pau, a pretexto de defender a democracia, denunciando uma fraude que não existiu, Obrador acusa o PAN (partido do rival) e as autoridades mexicanas de terem cometido fraude nas eleições presidenciais. É claro que estaria a enaltecer as instituições democráticas se estivesse no lugar de Calderón. Obrador disse ainda que “o PAN não só aprendeu rapidamente as táticas fraudulentas do Partido Revolucionário Institucional (PRI), como as superou". É a hipérbole do cinismo. O PRI era o partido de López Obrador antes dele fundar o PRD com outros dirigentes de esquerda e que governou de maneira ininterrupta no México entre 1929 e 2000. Embora dificilmente Obrador consiga mobilizar o México no sentido de anular as eleições, certamente criará muitas dificuldades para o novo governo. E o povo, que ele julga defender, é que pagará o preço.

Lord Acton: um verdadeiro defensor da verdadeira liberdade


“... a liberdade não é o poder de fazer o que queremos, mas o direito de ser capaz de fazer o que devemos”. (Lord Acton)

Da Liberdade


Antes mesmo de falar sobre liberdade pessoal, é preciso pensar a liberdade, o que ela é. Assim como o eminente historiador inglês John Emerich Edward Dalberg Acton (Lord Acton), diversos pensadores, filósofos e políticos foram militantes da causa da liberdade no século XVIII e XIX. Um conjunto de ensaios, trabalhos, teses, manifestos e cartas foram escritas em defesa dos direitos individuais contra o avanço dos poderes estatais e do arbítrio das massas. Dizia o referido professor régio de história moderna da Universidade de Cambridge que a liberdade não é um mero arranjo social recomendado pela conveniência, mas é, ao contrário, “o mais alto ideal do homem, o reflexo de sua divindade”.

Por séculos o mundo tem se dividido por conceitos rivais de liberdade. Na prática faz muita diferença se a liberdade consiste em fazer aquilo que se quer ou aquilo que deva ser feito. Nesse sentido, podemos entender a liberdade em dois planos: o da natureza e o das pessoas. No plano natural a liberdade é entendida como a ausência de constrangimento físico, sem o que não seria possível que as coisas realizassem o que é da sua essência. Assim,

“um balão de gás sobe livremente quando nada o obstrui; uma pedra cai livremente quando nada a impede. Um cachorro é livre se lhe é tirada a coleira e pode seguir os seus impulsos”.

No plano das pessoas, a liberdade requer, além da ausência de constrangimento físico, a ausência de compulsão psicológica. Nesse sentido, a liberdade estaria limitada até o ponto em que o instinto ou a paixão compele o indivíduo a agir de certa forma. Assim é que as pessoas podem ser levadas a fazer ou deixar de fazer algo motivadas por uma recompensa ou pelo medo da dor, do castigo. Trata-se, diferente do que se pode imaginar, de o ser humano ser refém dos seus instintos naturais ou de seus apetites. “Incapazes de fugir do determinismo do instinto ou do apetite, podemos ser forçados a agir por ameaças e promessas”.

Alguns, precocemente, poderiam dizer que a liberdade significa poder agir segundo os seus próprios instintos sem que haja empecilhos, impedimentos. Trata-se de uma concepção apenas externa da liberdade, vale dizer, natural. O homem que é incapaz de fazer escolhas, deixando-se levar pelos instintos e apetites, na verdade, não é um homem livre, pois prisioneiro de seus próprios impulsos. Por outro lado, se as escolhas fossem tomadas prescindindo de motivos, se fossem completamente arbitrárias, perderiam completamente o sentido, em última análise, a liberdade seria impossível. É por esse motivo que somos educados a escolher o que é digno e bom de ser escolhido. Não se trata de impor escolhas, mas de prestigiar aquelas das quais decorra a paz social e o crescimento espiritual de quem as faz, ademais se consinto com a atração (a uma ou outra escolha) é porque a minha razão a aprova. Michael Polanyi (1981-1976), o grande filósofo da ciência, diz:

“Ao passo que a compulsão pela força ou pela obsessão neurótica exclui a responsabilidade, a compulsão por um propósito universal estabelece a responsabilidade (...) a liberdade da pessoa subjetiva fazer o que lhe agrada é regida pela liberdade da pessoa responsável agir como deve”.


Da Liberdade Pessoal


Até aqui pensamos sobre a liberdade em si mesma até chegarmos ao indivíduo livre. Nada tecemos acerca da sociedade livre. Só podemos conceber uma sociedade livre se os indivíduos que a compõe são dotados de direitos inalienáveis. Ora, se as pessoas fossem dotadas apenas de direitos conferidos pelo Estado ou pela sociedade, eles poderiam ser retirados pelo poder humano e o caminho estaria aberto para a tirania, o totalitarismo, o qual imporia os interesses de uma determinada pessoa ou grupo ao restante da sociedade.

Se por um lado há que se reconhecer a existência de direitos inalienáveis (naturais), por outro, é condição para um povo livre a participação de seus membros na elaboração das leis que os regem. Há que se possibilitar aos membros de uma sociedade a possibilidade de questionar as leis (atos de comando) que limitam as suas ações, o seu progresso. A lei, na sua mais profunda finalidade, consiste mais em limitar o arbítrio e furor do Estado do que cercear a liberdade individual. Posto isto, não se fale que, numa defesa puramente política de liberdade, é dado aos indivíduos, enquanto sociedade constituída, o direito de instituir a escravidão ou adotar uma forma de governo totalitária, ou seja, a liberdade duradoura requer o consenso, requer a democracia, mas ela deve estar baseada numa verdade transcendente, vale dizer, em direitos indeclináveis e inalienáveis, direitos que nem mesmo aos próprios indivíduos é dado deletar.

O homem que vive só está condenado a uma espécie de prisão. A convivência, a vida em sociedade é mais do que uma expressão da liberdade, de uma escolha, mas está dentro mesmo da sua essência, da sua razão de ser.

Há quem entenda que a vida em sociedade nos impõe determinadas regras de convívio, muitas vezes limitando nossa liberdade, sempre tendo como preocupação maior a manutenção do equilíbrio do corpo social e o respeito ao direito de nosso semelhante, dado que infelizmente o ser humano é dotado de momentos de insensatez e, em conseqüência, pode se tornar um desagregador dos interesses e da paz social por meio de atitudes funestas. Entendemos, porém, diferente. A vida em sociedade decorre da liberdade, pois não há liberdade na solidão. Ora, se não há liberdade, como no caso de governos totalitários, então não há que se falar em sociedade, mas de caos social.

Um dos benefícios do treinamento e da disciplina é aumentar nossa zona de liberdade interna. Pela educação e exercício desenvolvemos a motivação e o caráter que nos permitem resistir as pressões físicas e, especialmente, às psicológicas. Alguns aprendem a passar longos períodos sem dormir, a abster-se de comida, a suportar intensa dor física sem abandonar a sua resolução. Tais pessoas têm uma liberdade maior do que as outras, pois possuem uma maior zona interna de autodeterminação.

Não nos parece correta a afirmação, portanto, de que as regras de convívio que se preocupam com a manutenção do equilíbrio do corpo social limitam a liberdade, pois se o objetivo das normas é desestimular as condutas que levam a desarmonia social, então, o que temos, em primeiro lugar, são indivíduos levados por instintos, impulsos, utilitarismos ou prazeres individuais pequenos e não homens livres, e se não são livres não há liberdade a ser limitada ou mitigada, e, em segundo lugar, as regras não constituem um obstáculo, uma imposição física a ação, mas em uma desaprovação a ela, que se consumada pode desencadear conseqüências jurídicas. Assim, não se trata de limitação a liberdade, natural ou pessoal, mas de assegurá-la aos indivíduos e, por conseguinte, assegurar a própria sociedade.

A norma, em si mesma, não constitui uma objeção física a conduta. Assim, a norma não limita a liberdade natural, vale dizer, aquela que se entende pela ausência de constrangimento físico. No que diz respeito a liberdade no seu plano mais alto, o pessoal, a norma consiste na reprovação, que pode ser moral ou não, a determinada(s) conduta(s). Nesse sentido, ela não impõe, no seu mais estrito entendimento, a escolha por uma ou outra conduta, posto que o indivíduo pode consentir com a reprovação ou não. A norma não limita a liberdade de escolha, mas, em última análise, revela o que é bom ou digno de ser escolhido, ou melhor, o que não é. Traduz-se, como se vê, numa reprovação.

As condutas reprovadas pelas normas elaboradas em uma sociedade são aquelas que derivam de um cerceamento da própria liberdade, seja porque o indivíduo que as adota fora levado por impulso, seja porque fora arbitrário e a escolha por elas tenha prescindido de motivos sociais.

O objetivo do direito é a garantia da liberdade mesmo quando ele prevê, para quem o desrespeita, uma pena “privativa de liberdade”. A restrição a liberdade, a que se refere principalmente o direito penal, é a liberdade natural e não pessoal, posto que não se é retirado do indivíduo a liberdade de escolha, mas, por um lapso de tempo determinado, é colocado ao indivíduo constrangimentos físicos a certas condutas que o indivíduo pretenda adotar por escolha ou não. A liberdade, com o cárcere, é, assim, mitigada ou limitada, mas não totalmente retirada do indivíduo.

Arnaldo Quirino de Almeida entende que a liberdade pessoal sempre foi um dos atributos mais importantes do Homem. O autor considera que toda a formação da Ciência do Direito sempre teve como uma de suas bases a proteção da liberdade pessoal. “É da natureza do homem nascer livre”, diz. Todavia, observa o professor Quirino, essa liberdade parece não ser absoluta, já que como membro de uma sociedade civilizada é natural que a mesma seja restringida em determinadas situações, previamente firmadas pelo corpo social; essa restrição a liberdade pessoal é um mau necessário para que haja equilíbrio e respeito aos direitos de cada componente da sociedade considerada, e assim, impossibilitando que fiquemos a mercê de arbitrariedades ou escravos do mais forte.

Entendemos, com todo o respeito ao nobre professor, que a liberdade pessoal não fica restringida em nenhuma situação nas sociedades. No que diz respeito ao homem, que é um ser racional, aquele que tem as suas ações orientadas pelo impulso ou pelo utilitarismo não é livre, mas prisioneiro dos seus instintos primitivos ou de suas ambições. Assim, o que há é a proteção dos indivíduos contra o arbítrio que encontra espaço para se manifestar na liberdade natural e não pessoal. A restrição a liberdade pessoal só existe no totalitarismo, no despotismo, povos nos quais não há sociedade, mas caos social e medo.

A filosofia de Hayek se fundamenta na consideração da liberdade como entidade inseparável da responsabilidade.

“Liberdade não apenas significa que o indivíduo tem a oportunidade e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de escolher. Também significa que deve arcar com as conseqüências de suas ações, pelas quais será louvado ou criticado”.

Vemos que o pensamento de Hayek vai além da consideração pequena de liberdade, na qual se incluiria a liberdade de agir sem limites, fazendo incluir na sua essência a noção de responsabilidade, portanto, de razão. Este elemento na liberdade dá razão a separação entre a liberdade pessoal, pensada, refletida e entendida como condutas que decorrem de escolhas motivadas pelo digno, pelo bom, diferente da liberdade natural, entendida como condutas que derivam do instinto, da impulsão, do irracional ou da escolhas motivadas pelo não digno, pelo mau.